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Empresários da região temem crise
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/09/2008 | 07:03
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Representantes do empresariado e economistas da região vêem o cenário atual da crise financeira internacional com preocupação, devido à perspectiva de redução do crescimento econômico do País em 2009.

Para este ano, a expectativa é de que não haja reflexo significativo na economia nacional, apesar da forte retração do mercado acionário e do comportamento da taxa cambial - o dólar tem se valorizado frente ao real nas últimas semanas.

"Por enquanto a crise ainda não chegou no setor produtivo brasileiro", afirmou o diretor do departamento de Economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Giannini.

Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, o Brasil está na posição mais favorável do que em outras turbulências de anos anteriores, por possuir reservas cambiais de US$ 200 bilhões. "A economia brasileira deve ser afetada, mas vamos sentir em 2009, com um crescimento abaixo de 4%", disse.

Avaliação semelhante tem o coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero. Ele acredita que haverá apenas um menor crescimento econômico em 2009.

De modo geral, os especialistas consideram que a expansão para este ano vai refletir o que já se observou nos primeiros nove meses. A afirmação é atestada pelo Relatório Trimestral de Inflação, do Banco Central, divulgado ontem, que eleva de 4,8% para 5% a projeção de alta do PIB (Produto Interno Bruto - ou seja, a soma das riquezas produzidas no País) neste ano em relação 2007.

"O ritmo do nível de atividade é mais forte e a gente vê isso até mesmo pelo dinamismo do mercado de trabalho no Grande ABC", disse o coordenador do curso de Ciências Econômicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Funcia. "A grande incerteza fica em relação a 2009", acrescenta.

CONFIANÇA
A situação de instabilidade no mercado acionário pode abalar a confiança das empresas na tomada de decisões de novos investimentos, avalia o diretor do escritório da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Caetano, Fernando Trincado.

Giannini avalia ainda que se a moeda americana em queda atrapalhava, já que retirava a competitividade do produto brasileiro no Exterior, oscilações bruscas do câmbio dificultam a definição de preços de itens a serem importados. "Isso também cria um problema sério, é difícil precificar. Como é que eu vou nacionalizar mercadorias que estão no Porto?", questiona.




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