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'Sequestro do Metrô' entretém e faz refletir
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04/09/2009 | 07:00
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Tony Scott é irmão e parceiro de Ridley Scott em alguns projetos. Agora mesmo, os irmãos anunciam a prequel (filme introdutório) de Alien, o Oitavo Passageiro, contando a história sobre como foi formada a expedição da nave Nostromo para buscar, nos confins do universo, o predador que virou símbolo de destruição (e terror). Ridley, embora discutido, desenvolveu uma carreira mais ‘intelectual'. Não por acaso, virou sir e ganhou o Oscar de filme por "Gladiador". Tony se estabeleceu como diretor de ação, com um currículo no qual se destaca a parceria com Denzel Washington. "O Sequestro do Metrô 123" é o quarto filme que fazem juntos.

Veja o trailer

Tony Scott retoma o relato de um filme de Joseph Sargent nos anos 1970. The Taking of Pelham 123, com Walter Matthau e Robert Shaw. Na história, Shaw, à frente de um bando selvagem, ocupa uma estação do metrô de Nova York e ameaça matar reféns, se não receber o resgate de US$ 1 milhão em uma hora. Na nova versão, John Travolta, como o sequestrador, aumentou o valor do resgate para US$ 10 milhões e também ameaça matar um refém por minuto, após uma hora.

Denzel Washington faz seu interlocutor, o cara que controla a circulação de trens. Na verdade, ele é um executivo que foi rebaixado, sob suspeita de haver recebido suborno dos japoneses numa licitação de vagões do metrô.

Essa obsessão com o visual está presente em O Sequestro do Metrô, combinada, mais do que em qualquer outro filme recente do diretor, com o movimento, por meio da aceleração da imagem.

Não é para todos os gostos, e mais uma vez a origem de Tony Scott como diretor de publicidade poderá ser usada contra ele. Mas seria negar, pura e simplesmente, os méritos que seu filme possui.

Denzel Washington há tempos vem representando no automático, invadindo a tela com a persona forte que já criou no imaginário público. Travolta, então, nem se fala.

A surpresa é que Travolta e Washington não apenas estão bem, como criam personagens consistentes. O interessante é o vilão. Travolta, na verdade, não está matando pelos US$ 10 milhões. Ex-yuppie, corretor da Bolsa nos anos loucos de Ronald Reagan, ele é um especulador que está usando o sequestro para outra coisa.

Para um thriller simplesmente descartável, "O Sequestro do Metrô" oferece interessante material de reflexão - e indagação.




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