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Metalúrgicos de Diadema podem receber direitos
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
11/06/2009 | 07:00
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Depois de dois meses de angústia, os 135 trabalhadores demitidos da Cross Hueller, metalúrgica em Diadema, começam a acreditar em um final feliz. A GM (General Motors) depositou, ontem, quantia de aproximadamente R$ 16 milhões referentes a uma encomenda feita à empresa.

Depois de a GM cancelar um pedido de equipamentos, no valor de R$ 46 milhões, a Croos Hueller encerrou as atividades e demitiu os trabalhadores em 30 de março deste ano.

Sem receber os direitos trabalhistas, prometidos para 9 de abril, a esperança é que a empresa repasse o valor aos demitidos. Segundo os próprios metalúrgicos, o total das rescisões é de cerca de R$ 6 milhões.

De acordo com a GM, por ordem judicial, os R$ 16 milhões foram depositados integralmente em juízo e o valor é referente aos investimentos feitos pela empresa para produzir os equipamentos encomendados. A montadora, que nega estar pagando uma multa por rescindir o contrato, afirmou que só realizou o pagamento agora, pois teve de calcular, junto com a empresa, quanto foi investido e deveria ser reembolsado.

Para Celio Morgado, que trabalhou 22 anos na metalúrgica, é revoltante que os direitos trabalhistas ainda não tenham sido pagos. "Estamos mais confiantes. Esperamos receber nossos pagamentos em breve e encerrar esse ciclo. Por enquanto, tenho vivido com a ajuda de parentes e amigos", desabafou.

Porém, o processo pode demorar mais do que o desejado. Como a quantia foi depositada em juízo, os trâmites legais podem levar até 60 dias.

VIGÍLIA - Desde maio, os funcionários da Cross Hueller se revezam em vigília em frente a sede da empresa. Segundo Morgado, eles querem evitar que as máquinas sejam retiradas da empresa. "Já tentaram levar os equipamentos uma vez, estamos aqui para garantir nossos direitos, pois esta é nossa única garantia", afirmou.

GM - Os equipamentos encomendados pela GM, no valor de R$ 46 milhões, seriam utilizados para a nova unidade da montadora, em Joinville (SC).

Segundo a GM, o pedido foi cancelado por uma mudança de calendário. A empresa justificou o adiamento com as chuvas que atingiram a região Sul do País no início do ano.

A montadora afirmou que os investimentos, na casa dos R$ 250 milhões, para a construção da nova unidade estão mantidos. Mas algumas etapas foram atrasadas, pois toda a obra de terraplanagem foi perdida com as chuvas fortes.

A GM declarou que aguarda execução das novas obras e depende da conclusão da fase de terraplanagem e de licença ambiental para dar continuidade aos investimentos.




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