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Tratamento total de esgoto em São Caetano atrasa
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
31/10/2008 | 07:02
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A promessa não vingou. O mês de outubro passou e a Prefeitura de São Caetano ainda não conseguiu alcançar 100% de tratamento de esgoto. O compromisso, assumido pelo DAE (Departamento de Águas e Esgoto) e amplamente divulgado pela Prefeitura - inclusive na campanha eleitoral -, pode ficar para o próximo ano. O atraso é justificado por problemas técnicos encontrados durante as escavações realizadas para a construção do emissário do córrego dos Moinhos.

Com um metro de diâmetro e 850 metros de comprimento (760 metros estão prontos), a obra contemplará a população dos bairros Olímpico, Boa Vista, Parque da Barcelona e parte do Santa Maria. O trabalho é feito por baixo da terra, em um trajeto que sai da Avenida Goiás e segue em direção à Avenida dos Estados.

"Se fosse em linha reta, teria o tamanho de dez quarteirões. É como se estivéssemos fazendo um metrô, de tão trabalhoso. Para colocar uma tubulação de um metro de diâmetro, temos de cavar dois metros, passando por baixo da linha do trem e do terreno da Petrobras", diz o diretor do DAE, Júlio Marcucci Sobrinho.

O método de construção exige, ainda, a abertura de poços de oito metros de profundidade para viabilizar o serviço. "O pessoal cava, retira a terra e injeta o concreto. Tudo com cuidado para não desmoronar. O sistema já é complicado, mas a demora acontece em função das intervenções que encontramos pelo caminho. Na Avenida dos Estados, por exemplo, achamos fundações de concreto armado que pensamos que fosse uma ponte. Precisamos parar para descobrir o que era realmente e poder continuar. São imprevistos", afirma.

Atualmente, há duas dificuldades, da mesma natureza. Os escavadores encontraram, sob a estrada de ferro, uma nova estrutura de concreto sem cadastro, que está sendo pesquisada por engenheiros. Se não for muito extensa, poderá ser derrubada. Caso seja antiga e ofereça risco, cogita-se a hipótese de o emissário sofrer um pequeno desvio.

"Nossos esforços hoje, porém, estão concentrados em uma solução para a região do terreno da Petrobras. A terra por lá é ruim, muito úmida, desmorona após a escavação. Não dá tempo de colocar placas metálicas que façam a contenção. Sugerimos, então, baixar o lençol freático, mas a empresa não aceitou porque teria risco para os tanques. Estamos estudando outra solução. Em função desses problemas, não quero dar prazos, mas espero terminar ainda este ano."

A tubulação, quando estiver pronta, vai levar os dejetos domésticos de cerca de 44 mil pessoas para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC. Para atingir a totalidade anunciada, a administração projetou também o emissário Utinga, já finalizado, com maior facilidade técnica. Segundo cálculos municipais, ambos terão capacidade para transportar 156 litros de esgoto por segundo ao coletor-tronco principal, que fica na Avenida dos Estados. De lá, o material segue direto para a estação.




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