Setecidades Titulo Crise hídrica
Sama fará hoje anúncio sobre rodízio de água em Mauá

Cidade de Mauá é a segunda petista da Grande
São Paulo a adotar revezamento no abastecimento

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
18/09/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) anunciará hoje o plano de revezamento do abastecimento de água na cidade. A administração do prefeito Donisete Braga (PT) será a segunda da Grande São Paulo a adotar o rodízio como medida para contenção do consumo. A primeira foi Guarulhos, gerida pelo também petista Sebastião Almeida, e que iniciou o racionamento em março. A decisão será divulgada a 17 dias das eleições para o governo estadual. A crise hídrica é um dos principais assuntos debatidos pelos postulantes ao Palácio dos Bandeirantes.

O abastecimento aos 444,1 mil habitantes de Mauá é feito pelos sistemas Alto Tietê e Rio Claro. Situação mais preocupante é a do Alto Tietê, que ontem estava com 13,2% da capacidade, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O nível do Sistema Rio Claro estava em 68,9%.

Apesar da crise, a Sabesp – que fornece água para que a Sama faça a distribuição – nega problemas no abastecimento e afirma que a decisão pelo rodízio é da Prefeitura. A empresa informa que “as vazões médias deste ano são ainda maiores que as de 2013 e que a quantidade é suficiente para atender o município”.

O superintendente da Sama, Paulo Sérgio Pereira, foi procurado, mas afirmou que não poderia divulgar detalhes sobre o plano de contingência antes do anúncio oficial.

DÍVIDAS

Juntas, as prefeituras de Mauá e Guarulhos devem à Sabesp R$ 3,8 bilhões. A dívida de Mauá, de R$ 1,6 bilhão, teve origem depois que a cidade optou por municipalizar o serviço de saneamento, em 1995. Para isso, o contrato com a companhia estadual foi rompido e a gestão foi transferida para a Sama. Outro fator que compõe o deficit é a diferença no valor do metro cúbico cobrado pela Sabesp para o que é pago pela autarquia.

A soma dos débitos das duas prefeituras petistas é superior ao que a Sabesp está investindo para a construção do sistema produtor São Lourenço. O empreendimento, avaliado em R$ 2,2 bilhões, trará água do Rio Juquiá para a Grande São Paulo. A previsão é que as obras sejam finalizadas em 2018. Segundo a Sabesp, o sistema terá capacidade de gerar 4.700 litros de água por segundo e beneficiará 1,5 milhão de pessoas.

OUTROS MANANCIAIS

A situação do Sistema Cantareira é a mais delicada da Região Metropolitana. O reservatório, que atende 8,1 milhões de pessoas de dez cidades – incluindo São Caetano – estava ontem com 8,7% da capacidade, já incluindo a utilização do chamado volume morto. O Sistema Rio Grande, que serve São Bernardo, Diadema e Santo André, chegou a 78,6%. 




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