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Palmeiras é bicampeão da Libertadores com gol nos acréscimos

Breno Lopes marca aos 53 minutos e sacramenta a vitória alviverde sobre o Santos, em decisão com fim emocionante no Maracanã

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
31/01/2021 | 00:01
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Divulgação/SE Palmeiras


Depois de 22 anos, a América está novamente pintada de verde e branco: o Palmeiras conquistou ontem o bicampeonato da Copa Libertadores após vencer o Santos, por 1 a 0, em final única disputada no Estádio do Maracanã. O gol alviverde foi marcado aos 53 minutos do segundo tempo, por Breno Lopes, de cabeça, escorando cruzamento de Rony. E com o título, além de embolsar os R$ 81,6 milhões da premiação oferecida pela Conmebol ao campeão, o Verdão se credencia como time sul-americano classificado para o Mundial de Clubes, que começa já na semana que vem, no Catar – a equipe palmeirense estreia dia 7, contra o vencedor de Tigres, do México, e Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul.

Para chegar ao segundo título do torneio (o primeiro havia sido em 1999), o Palmeiras teve campanha quase perfeita. Não fosse a derrota para o River Plate, no segundo jogo da semifinal, teria terminado de maneira invicta. Foram dez vitórias, dois empates e apenas um revés em 13 compromissos, com 82% de aproveitamento. Foram 33 gols marcados e seis sofridos.

A campanha alviverde começou com Vanderlei Luxemburgo à frente do time. Porém, com a saída do comandante, o português Abel Ferreira assumiu o cargo nas oitavas de final e comandou o Verdão até o título. Foi o primeiro troféu da carreira do técnico nesta função. “A caminhada, quem a começou foi o mister Vanderlei Luxemburgo. Quando peguei o Palmeiras, estava (vivo) em todas as competições. Há coisas que valem mais do que títulos. A minha maior alegria não foi levantar a taça, foi ver meus jogadores felizes, as pessoas da academia felizes, perceber que todos vão receber um salário extra”, reconheceu o treinador, que saudou o Santos e revelou ter recebido ligação do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

O JOGO
Palmeiras e Santos mais pareciam preocupados em não oferecer espaços do que atacar um ao outro em busca do gol. Foi assim que o jogo se arrastou durante todo o primeiro tempo e a maior parte do segundo. Os técnicos Abel Ferreira e Cuca passaram a promover alterações tardiamente, talvez acreditando que a partida seria resolvida na prorrogação ou, então, nos pênaltis. Entre as mudanças, quando se esperava a entrada de Willian Bigode na tentativa de dar outra referência ofensiva ao Alviverde, o escolhido para ir a campo foi Breno Lopes, aos 39 minutos, no lugar de Gabriel Menino.

Nos acréscimos (o árbitro determinou oito minutos), após bola sair pela lateral, Cuca tentou retardar a reposição de Marcos Rocha. O jogador acabou se enroscando no treinador santista, que caiu, gerando confusão generalizada e causando a expulsão do técnico.

A situação pode ter abalado o Peixe. Praticamente na sequência, aos 53, Rony cruzou na cabeça de Breno Lopes, que arrematou no contrapé de John e decretou a vitória verde.

Contratado há três meses, atacante entra para a história

O atacante Breno Lopes entra para a história dos heróis improváveis do Palmeiras. Até novembro do ano passado, ele vestia a camisa do Juventude e ostentava a marca de vice-artilheiro da Série B, com nove gols. Até ontem, havia feito 16 jogos e marcado um gol, sendo este há cinco dias, no empate por 1 a 1 com o Vasco. Porém, aos 39 minutos do segundo tempo, ganhou a briga com nomes mais experientes como Willian Bigode, foi o escolhido pelo técnico Abel Ferreira para entrar no lugar de Gabriel Menino. E quis o destino – e o bom posicionamento – que, aos 53, ele estivesse no lugar certo para cabecear com categoria no canto do gol defendido por John, dando a vitória e o título da Libertadores ao Verdão.

“É um dia inesquecível na minha vida fazer o gol da Libertadores. O Palmeiras vinha trabalhando há muito tempo buscando esse título. Meus pais estão aí. Estou muito feliz, não sei explicar a emoção”, declarou pouco depois do apito final o camisa 19. “A ficha demora a cair, mas eu sabia o quanto o torcedor queria esse título. O clube buscava há tempos e hoje entro para história”, continuou. “A partir do momento que eu aceitei esse desafio, tem de estar preparado para tudo. Hoje eu provei que tenho condições de jogar aqui”, desabafou.

Não consegui ser o Marinho de sempre, reconhece o atacante santista

Eleito o melhor jogador da Copa Libertadores da temporada, o atacante santista Marinho admitiu que deixou a desejar na decisão da competição contra o Palmeiras, no Maracanã.

Em entrevista pós-jogo, o destaque santista disse que “tinha sonhado muito” em estar na final do torneio continental, mas reconheceu que “não consegui ser o Marinho”.

“Eu sonhei em estar aqui, em dar o título para a nação santista. Eu me preparei muito, saí de rede social para me concentrar. Hoje (ontem) não consegui ser o Marinho. Mas entendo uma coisa: o plano de Deus é totalmente diferente dos meus. Eu fico triste porque não consegui ajudar tanto. Eu entendo que a gente lutou até o fim. A gente é uma família que passa por muita coisa e é desacreditada por muitos”, comentou o camisa 11.

Marinho esteve em todas as 13 partidas do Santos na Copa Libertadores. Anotou quatro vezes e deu uma assistência. Ele superou o companheiro de time Soteldo e os palmeirenses Weverton e Rony.

Como Rei da América, Marinho recebeu um anel personalizado da Conmebol. O item foi inspirada no Maracanã, tem 30 gramas de ouro e 131 diamantes.

Auxiliar técnico do Santos e irmão do treinador Cuca, Cuquinha reclamou do cartão vermelho dado ao comandante. “Foi pegar a bola, tomou uma rasteira e foi expulso. O cidadão que deu a rasteira só tomou um amarelo.”

Hugo Hoyama celebra in loco: ‘Guardado na memória’

Convidado de honra pela diretoria do Palmeiras, o são-bernardense ex-mesa-tenista e atual técnico da Seleção Brasileira feminina de tênis de mesa Hugo Hoyama não escondeu a emoção após o apito final. Além de torcer pelo Verdão, ele ainda representa o clube como treinador.

“Difícil descrever em palavras a emoção. Primeiro quero agradecer ao Palmeiras e ao (presidente) Mauricio Galiotte pelo convite, porque não imaginava estar aqui no Maracanã vendo uma final com o Palmeiras. Foi jogo super truncado, nervoso. Vi uma bola do Santos entrando, em um chute fora da área (de Felipe Jonathan) que me travou. E o gol do Palmeiras, eu já estava me preparando para a prorrogação, só vi o cruzamento (do Rony), o Breno Lopes cabeceando e a bola entrando”, contou.

“A emoção é grande, ver os jogadores recebendo a medalha, levantando o troféu. Isso vai ficar guardado na memória para sempre. Tenho orgulho de ser palmeirense, representar o Palmeiras e estar aqui. Fico feliz por tudo o que fiz pelo Palmeiras, por tudo o que ele me proporcionou e estar junto com ele nessa conquista. Agora é se preparar para o Mundial”, emendou.

A dupla mauaense Silvia e Nickollas Grecco também marcou presença entre os convidados alviverdes no Maraca.  




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