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Garoto já faz barulho no meio musical
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
04/10/2010 | 07:42
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Claudinei Plaza/DGABC


Algumas pessoas passam grande parte da vida tentando descobrir qual é o seu talento. Outras parecem revelar seu dom para o mundo muito mais cedo do que se imagina. O jovem Léo Aragão nasceu para ser músico.

Aos 13 anos, o garoto de São Caetano desponta como revelação do gênero e enfrenta, com personalidade, músicos mais velhos em concursos. Ele também tem maturidade para lidar com certas complicações para ensaiar no apartamento da família.

O último desafio de Léo foi a edição deste ano da Batalha de Bateras, realizada na semana passada na Expomusic, em São Paulo, da qual participa desde os cinco anos de idade. O evento é destinado ao mercado e a amantes da música. Foi a primeira vez que concorreu na categoria infantil - criada recentemente -, com participantes com idades entre sete e 13 anos. Ficou em terceiro lugar. "Gosto de tocar mais samba, mas acho que os jurados preferem rock. Tudo bem, ainda vou ganhar a Batalha em algum ano", afirma o garoto. Em edições anteriores, a disputa chegou a reunir músicos de idades variadas.

Léo começou a tocar bateria aos três anos graças à influência do pai e do tio. "Meu irmão Fernando tocava bateria e o Léo começou a brincar. Conforme ele tocava, percebemos que tinha facilidade, dom para a coisa", explica o pai, Fábio Aragão. "Era engraçado no começo, pois não era possível vê-lo atrás da bateria".

O alto som característico do instrumento fez com que seus ensaios tivessem horários especiais. Morador do nono andar de um prédio no Bairro Olímpico, Léo sabe que os vizinhos se sentem incomodados. Não faltaram reclamações e até envio de carta anônima mal-educada. O principal problema foi quando um vizinho de fora do edifício se irritou com o excesso de barulho. No caso, um policial, que também toca bateria, mas trabalha à noite e precisa descansar durante o dia.

Léo só pode começar a tocar a bateria, que ocupa quase todo espaço de seu quarto, após as 16h. No mínimo, 1h30 de treino por dia e descanso nos fins de semana e feriados. "O ruim é que faço diversas coisas durante o dia e fica muito puxado", diz o menino, comentando que também gasta horas soltando pipa, em aulas de natação e se divertindo com jogos de computador.

Nas aulas, o prodígio só não tem muita paciência com estudos teóricos de seu instrumento. Mas, segundo ele, é essencial para ser um bom músico no futuro. "A parte teórica é complicada de pegar, mas é preciso para ler as partituras".

Fã de samba, salsa, música latina e rock - além de ouvir bandas como Rush, AC/DC e Funk Como Le Gusta -, Léo tem como um de seus ídolos o baterista Mike Portnoy, que deixou a banda de metal progressivo Dream Theater. Um de seus objetivo é tocar em banda que consiga unir duas vertentes bem distintas: o rock e o samba. "Preferiria participar de um grupo que misturasse os dois estilos. Mas é bem complicado e acho que terei de escolher entre um deles".

Atualmente, Léo procura músicos de sua faixa etária para tocarem juntos. Ao lado do pai, prepara sua página no site MySpace para divulgar o trabalho e, quem sabe, conseguir patrocínio. "No Brasil, viver de música é difícil. Sendo uma criança, é muito mais complicado", diz Fábio. A família busca apoio para conseguir aparelhos, como baquetas e pratos para a bateria. É uma forma de ajudar na concretização do sonho de Léo de se tornar músico; pois talento, ele tem de sobra.




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