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Supermercados revisam metas deste ano
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23/07/2003 | 00:08
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A retração de vendas nos supermercados em junho, acumulando queda de 1,1% no primeiro semestre, levou o setor a rever as estimativas para o desempenho do ano inteiro. Em janeiro, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) previa um acréscimo de 2% em 2003 sobre o ano anterior. A estimativa agora é de que os resultados vão empatar ou crescer no máximo até 1%.

O recuo de 2,69% em junho surpreendeu a Abras, que esperava números negativos, mas não nessa proporção. O presidente da entidade, João Carlos de Oliveira, avalia que, embora o segundo semestre seja tradicionalmente mais forte, a variação deve ser afetada pela base de comparação, pois a segunda metade do ano de 2002 foi considerada boa para o setor. Com a pressão do dólar naquela época, os aumentos dos produtos ficaram acima da inflação. "Neste ano, se conseguirmos zerar, já será positivo", disse. Para julho, a estimativa é de uma nova queda de 1%.

As vendas nos supermercados, destaca ele, estão sendo afetadas diretamente pela redução do poder de compra da população, que acaba preferindo marcas mais baratas ou reduzindo sua lista de despesas. Além do achatamento da renda, os aumentos das tarifas públicas estão tirando recursos que seriam direcionados ao consumo. As vendas a prazo vêm funcionando como alternativa, por meio dos cartões de crédito ou do cheque pré-datado, mas causando o efeito indireto do aumento da inadimplência. Em 2002, o calote com o pré-datado estava em 2% e subiu para 3,2% em junho deste ano.

Oliveira adverte que, diante da conjuntura econômica desfavorável, a expansão das empresas do setor está sendo possibilitada somente pela manutenção dos investimentos em novas lojas, pelas promoções e a exploração de segmentos antes ocupados por lojas especializadas, como têxteis e eletroeletrônicos. "Se não fosse esta migração do consumo, as vendas estariam mais baixas", assegurou.




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