A Polícia Civil de Santo André descobriu ontem em dois barracos no Jardim Zaíra 6, em Mauá, uma central de produção de maconha e laboratório de refino de cocaína.

O que mais impressionou os policiais no local foi a criação de maconha. Em uma estufa montada no barraco, a uma temperatura ambiente de 23ºC, foram achados 17 vasos com seis tipos diferentes de maconha: skank, hindu, sweet sativa, big bud, K2 e AK 48.

O local foi descoberto por policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) em patrulhamento de rotina na área. "Durante o trabalho, um tiro foi disparado perto dos dois barracos, onde estava um olheiro. Os policiais foram até o local e acharam materiais para refino de cocaína e a criação de maconha", afirmou o delegado responsável pelo Garra, Ricardo Pontes.

Um diário apreendido pela polícia mostra como era feito o cultivo da maconha. Está descrito em que dia cada tipo da droga foi plantado, a quantidade de água utilizada e o tempo certo para a "colheita".

O passo final para a extração da maconha era colocar as folhas para secar em uma espécie de varal, achado em outro cômodo do barraco.

Para controlar a temperatura, a estufa tinha dois termostatos (que controlam a temperatura do ambiente) e diversas lâmpadas. No mesmo cômodo, foram apreendidos dois tijolos de maconha, com cerca de dois quilos no total. Em outro caderno encontrado, havia a contabilidade do tráfico, com anotações como "peguei 20, paguei 1.200, peguei 30, paguei 2.300".

Duas pessoas foram levadas para a delegacia para averigüação, entre elas um adolescente de 17 anos.

"Não foi possível ainda determinar quem era a pessoa que controlava a central de produção. Foi instaurado um inquérito justamente para fazer essa investigação", disse o delegado.

No outro barraco, no mesmo terreno, foram encontrados objetos para produção e refino de cocaína, além de crack. Foram apreendidas cerca de 600 pipetas cheias de cocaína, além de 1.300 vazias.

A polícia também apreendeu balanças de precisão e produtos químicos utilizados para ‘batizar' a droga, como solventes e bicarbonato de sódio, entre outras substâncias. Os dez integrantes do Garra que participaram da operação no morro do Jardim Zaíra 6, tiveram auxílio até de um helicóptero da Polícia Civil.