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Refugiados afegãos enfrentam polícia do Paquistão
Por Das Agências
22/10/2001 | 12:50
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Um grupo de 750 refugiados afegãos atravessou à força nesta segunda-feira a fronteira com o Paquistão em Chaman, depois de ter enfrentado a pedradas a polícia fronteiriça.

Os refugiados lançaram pedras antes de derrubar as cercas de arame farpado e atravessar a fronteira em dois locais. Segundo uma testemunha, os guardas tentaram controlar a multidão, mas acabaram permitindo a entrada dos refugiados, para evitar um motim. "Dezenas de mulheres e crianças estão em situação crítica", disse um guarda, informando que "não há água, alimentos ou remédios". O incidente aconteceu no momento em que as autoridades fronteiriças paquistanesa e talibã discutiam um modo de evitar os distúrbios.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) voltou a pedir hoje ao Paquistão que abra a fronteira aos refugiados, dos quais 15 mil estão bloqueados no lado afegão, em Chaman, perto da cidade paquistanesa de Quetta.

O Paquistão rechaçou o chamado do Acnur. O porta-voz do Ministério paquistanês das Relações Exteriores, Riaz Mohammad Khan, respondeu esta tarde que seu país continuará ajudando os "mais vulneráveis", mas que apenas os afegãos que possuírem "documentos válidos" poderão entrar no Paquistão. "Já temos 3 milhões de refugiados afegãos no Paquistão", acrescentou, precisando que outros 50 mil conseguiram cruzar a fronteira desde o início da crise atual. "Não podemos assumir a afluência massiva de refugiados", sublinhou.

Neste domingo, também houve incidentes violentos, quando um grupo de cerca de 600 refugiados tentou atravessar a fronteira a pedradas. Os guardas paquistaneses deram tiros para o alto, para contornar a situação.

A porta-voz do Acnur Fatumata Kaba anunciou hoje que a agência enviou barracas de campanha e alimentos a Chaman, para que fossem distribuídos aos refugiados que se encontram em uma terra de ninguém de 200 metros entre os dois países.

O número de refugiados que chegam na área de Chaman aumentou significativamente nos últimos dias, com o aumento dos bombardeios americanos contra Kandahar, bastião do Talibã.




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