A mexicana Viva às Crianças, que o SBT estréia nesta segunda-feira, tem um nome diferente, mas a trama é velha conhecida dos brasileiros. A novelinha infantil de Abel Santa Cruz nada mais é que um remake de Carrossel. Como a original, a trama é centrada numa escola, uma doce professora e simpáticos mas problemáticos alunos. As diferenças são sutis. A professora Lupita, por exemplo, agora é órfã de mãe – antes era de pai. O pai, vivo, é dependente da filha. Além disso, ela ganha o direito de se apaixonar e encontrar um grande amor. As demais características continuam inalteradas. Há o honesto e doce porteiro da escola e a rígida diretora. As crianças continuam iguais. Como o menino negro e pobre que se apaixona e é desprezado pela menina bonita e rica. Ou os irmãos problemáticos e o gordinho que só gosta de futebol. Enfim: a única renovação que a atual trama pode ter é de público, já que busca quem nem havia nascido na época da exibição de Carrossel.

Viva às Crianças substituirá Cúmplices de um Resgate, mas estréia uma semana antes do final dela. “Trata-se de uma questão estratégica”, diz o diretor de programação do SBT, Mauro Lissoni. A intenção da emissora é aumentar em um terço a média de audiência do horário das 19h, passando dos 15 pontos atingidos em 2002 para 20. O otimismo com a performance de Viva às Crianças não é à toa. O sucesso de Carrossel foi tão significativo que chegou a incomodar a Globo. A emissora carioca exibia no ano de 1991 a novela O Dono do Mundo, de Gilberto Braga. A trama politicamente incorreta da novela global aliada à simplicidade do enredo mexicano embalaram o sucesso de Carrossel. A aposta do SBT agora também não é diferente. “Iremos aproveitar o fato de estarmos concorrendo com produtos que estão aquém das metas da Globo, para alavancar a audiência do horário”, diz o diretor.