Segundo o Governo do Estado, essa proposta de desapropriações ainda não é definitivo, uma vez que o projeto do Rodoanel-Sul ainda está em estudo. Por esse motivo, a Secretaria de Estado dos Transportes não revelou detalhes, como a quantidade de famílias que deverá ser retiradas de cada um dos pontos urbanos afetados pela construção das pistas ou o valor exato que deverá ser gasto com todo o volume de desapropriações. Certo é que esse custo será abatido de uma reserva de R$ 660 milhões. O restante da verba será utilizado para a criação de parques ecológicos que somam cerca de mil hectares, ao longo dos 61,4 Km de extensão do Rodoanel-Sul, e para o replantio de espécies nativas da mata atlântica em outros mil hectares de terras próximas das pistas.
Em nota oficial divulgada pouco antes do fechamento desta edição, o Governo garante que "vai assegurar todos os direitos das famílias afetadas". Para os moradores que vivem em áreas legalizadas, serão ressarcidos, além dos terrenos, as benfeitorias nele realizadas, considerando-se o padrão dos imóveis construídos, por exemplo. Já para aqueles que estão em áreas invadidas, como é o caso dos moradores das favelas do Areião e Pintassilgo, em São Bernardo e Santo André, respectivamente, o Governo deve oferecer duas alternativas. A primeira é o pagamento de uma indenização que toma como base apenas o valor do imóvel a ser desapropriado, excluindo o valor do terreno onde ele está construído. A segunda é a inserção da família em programas habitacionais do Estado.
Nesse caso, o morador deverá assumir uma dívida no valor do imóvel que irá receber, com a possibilidade de quitá-la em parcelas que giram em torno de R$ 50 mensais (a base de cálculo é a renda familiar). Para a construção do trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas, o único em operação no Estado, foi necessária a desapropriação de 2.796 casas. Segundo o Governo, na ocasião, 1.707 famílias optaram pelo recebimento das indenizações estabelecidas por uma equipe de peritos do Estado. Outras 1.089 preferiram ser incluídas no programa de reassentamento e se mudaram para apartamentos e casas de 50m² construídos pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), órgão do Governo do Estado responsável pelo Rodoanel.
A definição das áreas afetadas pelo trecho Sul do rodoanel e do número exato de desapropriações provocadas pela obra deve sair apenas no primeiro semestre do próximo ano, quando o Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) concluir a análise do estudo de impacto ambiental do projeto. Antes disso, porém, o trajeto da rodovia poderá ser alterado durante as três audiências públicas previstas para discutir o projeto com a população. Apenas uma destas reuniões será realizada na região, em 30 de novembro, no Teatro Municipal de Santo André.
Consulta pública - Após muita confusão, o conteúdo do EIA-Rima foi finalmente disponibilizado para consulta pública em Santo André. Na cidade, há duas cópias do estudo: uma no Semasa (Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André) - av. José Caballero, 143 - e outro na Câmara Municipal - Paço Municipal, s/n. No estudo, constam detalhes técnicos sobre a obra, inclusive a localização das casas que poderão ser desapropriadas. A consulta do material está disponível a todos os interessados e pode ser feita das 10h às 17h, nos dias úteis, sempre sob a supervisão de um técnico.
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