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Atila leva corrida de Mauá para 2º turno com Donisete Braga

Socialista encerra corrida com vantagem e deixa petistas, pela 1ª vez, para trás em etapa inicial

Júnior Carvalho
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
03/10/2016 | 07:00
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Montagem/André Henriques


Como de costume, a disputa pela Prefeitura de Mauá será decidida no segundo turno, entre o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB) e o prefeito Donisete Braga (PT), que busca a reeleição. O socialista fechou ontem a primeira etapa do pleito à frente, com ampla vantagem: 46,73% (85,615 do total) a 22,90%. (41.958 total) dos votos válidos.

O desempenho de Atila, já esperado entre a classe política de Mauá, desbancou histórico do PT de fechar primeiros turnos em Mauá à frente dos adversários. Foi assim em 2000, 2004, 2008 e em 2012. “Em primeiro lugar, esse é o resultado da grande aliança política que fizemos. Também foi um recado que a população de Mauá deu nas urnas de que não quer mais o PT. Mais de 70% (soma dos votos de todos os candidatos da oposição) dos eleitores não votaram no Donisete”, avaliou Atila, depois de discursar para aliados, em tom de vitória, em ato no Cokeluxe, região central da cidade.

Em sua fala, o parlamentar fez ataques a Donisete, seu antigo aliado, e pediu “humildade” à equipe. “Vocês vão ver o desespero deles (petistas), que agora vai ser muito maior. Nós não queremos mais o monopólio do transporte público, o superfaturamento da merenda escolar nem uma empresa como a Fundação do ABC recebendo muitos recursos e prestando um péssimo serviço na Saúde”, discursou Atila, ao classificar a disputa com Donisete como “luta de Davi contra o Golias que massacrou a cidade”. A festa teve direito a queima de fogos.

Apesar do resultado, no petismo não havia espaço para lamentação no ato organizado pela legenda, na Associação Nipo-Brasileira, no Jardim Pedroso. Com bandeiras em punho, militantes e assessores da Prefeitura acompanharam a apuração dos votos no local e, ao final, entoavam “eu acredito”, enquanto o petista discursava para público de aproximadamente 50 pessoas. Assim como aconteceu à tarde, durante a votação, o chefe do Executivo se recusou a dar entrevista ao Diário para comentar os números (leia mais abaixo).

No discurso, Donisete disse acreditar que pode reverter a grande vantagem de Atila no segundo turno. A mãe do petista pediu aos correligionários que rezassem Pai-Nosso. No fim, o chefe do Executivo foi abraçado e chegou a se emocionar com o apoio recebido.

DEMAIS CANDIDATOS
Ex-prefeito de Ribeirão Pires e candidato do PSDB, Clóvis Volpi ficou na terceira colocação, com 20,23% (37,065). Durante boa parte do início da apuração, o tucano estava à frente de Donisete e duelava a vaga no segundo turno com Donisete no voto a voto. O cenário só mudou quando mais da metade das urnas já haviam sido apuradas. O ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PSD) foi o quarto, apoiado por 4,20% (4.052) do eleitorado. Na sequência veio o vereador e candidato da Rede Sustentabilidade, Rogério Santana, lembrado por 3,51%. Professora Rejane (Psol) teve adesão de 2,21% (4.052) e Gilberto Barros, 0,23% (417).

Deputado evita salto alto na disputa e prefeito ignora Diário

Horas antes de a votação se encerrar em Mauá, o deputado estadual e candidato do PSB ao Paço, Atila Jacomussi, já imaginava que a disputa com o prefeito Donisete Braga (PT), que busca a reeleição, poderia ir para o segundo turno.

Ao contrário da semana passada, quando cravou que ganharia, de forma inédita em Mauá, já na primeira etapa do pleito – a cidade nunca registrou vitória no primeiro turno –, o socialista evitou salto alto e disse reconhecer a “grandiosidade” do adversário.

“Desde o início da campanha nos preparamos para uma eleição de dois turnos, como é de praxe em Mauá e em outras cidades que têm mais de 200 mil eleitores. Mas estamos preparados para vencer seja no primeiro, seja no segundo turno. Sem salto alto, na humildade. Reconhecemos a grandiosidade do nosso adversário”, comentou Atila, depois de votar, por volta das 13h, no Colégio Opção, na bairro Vila Bocaina. O parlamentar votou acompanhado da mulher, Andreia, do filho Yago, do pai e vereador, Admir Jacomussi (PRP), além de assessores.

Por questões de minutos, os candidatos do PSD, o ex-vice-prefeito Márcio Chaves, e o vereador e prefeiturável pela Rede Sustentabilidade, Rogério Santana, não se encontraram. Ambos foram votar, na EE Professora Maria Elena Colônia, no Parque das Américas, praticamente no mesmo horário, por volta das 10h. Donisete também vota no local.

O chefe do Executivo que chegou ao colégio no início da tarde, com quase cinco horas de atraso em relação ao horário previamente divulgado pela sua assessoria. Ele estava acompanhado de familiares, entrou na cabina de votação com a filha Ana Luiza, 7 anos, fez suas escolhas e saiu sem falar com a equipe do Diário.

A votação mais tranquila foi de Rogério, que já reconhecia as dificuldades que enfrentaria para ir para o segundo turno. “Embora ainda não estejamos em partido plenamente estruturado, mas considerando um momento atípico de desgastes dos principais partidos, temos expectativa real de poder sonhar com segundo turno”, pontuou o candidato. Já a chegada de Márcio Chaves foi um pouco tumultuada. Uma de suas apoiadoras o acompanhou até a seção gritando seu número e rapidamente foi repreendida, dando início a breve confusão, já na parte de dentro do colégio. Após discussão com adversários, o pleiteante mostrava confiança. “Estou motivado e, independentemente do resultado, me sinto vitorioso por colocar ideias importantes no debate político da cidade.” 




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