Eleições 2016 Titulo Ataque a Pinheiro
Auricchio volta ao comando do Paço com ataque a Pinheiro

Ex-prefeito afirma mote de gestão é colocar S.Caetano ‘no lugar de onde nunca deveria ter saído’

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
03/10/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Após quatro anos de hiato, o ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior (PSDB) voltará a ocupar a cadeira principal do Palácio da Cerâmica - posto que ocupou por duas ocasiçoes (2005 a 2008 e 2009 a 2012). Ontem, após disputa apertada, o tucano venceu o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) e exercerá seu terceiro mandato na cidade a partir de janeiro. “O povo é sábio e reconhece quem trabalha”, disse durante a festa da vitória, no fim da noite de ontem, no bairro Nova Gerty.

Os eleitores de São Caetano elegeram Auricchio com 34,34% dos votos (32.067 dos válidos). Ele foi seguido por Pinheiro, com 30,71% (28.674), Fabio Palacio (PR), 20,66% (19.291), Gilberto Costa (PEN), 6,15% (5.740). Os demais somaram 8,14% dos votos.

O prefeito eleito aproveitou o discurso inflamado, feito em cima de um carro de som, em meio a gritos de “o campeão voltou” e muito empurra-empurra, para agradecer a oportunidade de retornar ao posto e alfinetar o adversário. “Quero cumprimentar os servidores públicos, que amanhã (hoje) podem chegar de peito estufado e cabeça erguida. Vamos trazer São Caetano para o lugar que ela nunca deveria ter saído.”

O tucano declarou ainda que a população sofreu durante os quatro anos em que esteve sob a gestão do atual governo, mas soube reconhecer nas urnas quem na verdade trabalha. “Aqui não é feudo de ninguém, essa cidade é do seu povo. Quem não está contente que se prepare, limpe as gavetas porque nós estamos chegando”. Prometeu trabalhar, a partir de hoje, para saber como estão as finanças da cidade. “Acabou política. Vamos governar para uma São Caetano unificada. Vamos trabalhar para uma cidade onde seus 150 mil moradores tenham bem-estar, serviço público e qualidade de vida.”

Auricchio classificou a eleição como difícil, reclamou de ter sofrido com inverdades ventiladas pelos adversários sobre a sua conduta – inclusive quando disseram que ele não gosta de nordestino – e também de que não foi felicitado pela vitória. “Aprendi que temos de ter altivez nas derrotas. Há quatro anos saí da minha casa, com chuva, fui para o comitê da Avenida Goiás e peguei o telefone (a Pinheiro). É um ato de democracia reconhecer a vitória dos adversários. Eu fiz isso com muito orgulho em 2012. Infelizmente o espírito democrático não está mais aqui, porque ninguém ligou para reconhecer a derrota”. Vale lembrar que na passagem Auricchio não compareceu à cerimônia de posse de Pinheiro, no dia 1º de janeiro de 2013.

O tucano apontou ainda que não venceu uma candidatura apenas, “mas três candidaturas que foram saquear o dinheiro da Prefeitura para fazer uma campanha sórdida”. Ele ressaltou que passou 45 dias de campanha apresentando propostas, mas não viu a mesma conduta dos adversários, que só se preocupavam em atacá-lo. E prometeu: “Vou trabalhar diuturnamente. Podem ter certeza que em 2020 vou entregar essa cidade muito melhor do que encontrei à toda população de São Caetano.”

Peemedebista reclama de dívida; tucano projeta reorganizar Saúde

NELSON DONATO
Especial para o Diário
nelsondonato@dgabc.com.br

Prefeito de São Caetano e candidato à reeleição pelo PMDB, Paulo Pinheiro fez balanço de sua gestão após registrar o voto ontem, às 11h, na EE Idalina Macedo Costa Sodré. Como em toda campanha, culpou a dívida herdada pelo fato de não ter efetivado por completo o plano de governo proposto. “Nós herdamos muitas dívidas da gestão anterior. Com essa crise econômica que o Brasil atravessa, e que prejudicou muito nossa região, não pude realizar algumas coisas que eu queria, como reativar o Hospital São Caetano e construir casas populares. Eu também queria ter feito mais escolas, já que essa verticalização irresponsável que aconteceu na última década superlotou as escolas e deixou muitos alunos sem vagas”, afirmou o peemedebista, que, apesar de listar problemas, apontou soluções de sua administração. “Hoje tudo está melhor por aqui. Esses são os resultados de trabalhar ao lado da população e ouvir quais são seus maiores problemas.”

Já o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), que tenta retornar ao Palácio da Cerâmica, chegou à Emef Bartolomeu Bueno da Silva às 10h15. Cercado de assessores, da mulher, Denise, e do filho, Thiago, cumprimentou rapidamente os eleitores que chegavam à seção e nem acompanhou a mulher durante a votação. Preferiu entrar sozinho em sua sala, que era ao lado da dela, onde votou rapidamente e saiu.
<EM>“Durante toda a campanha tivemos muita energia e uma garra muito grande para alcançarmos a vitória. Estamos confiantes de que dará certo”. Para o tucano, o novo governo teria foco para a Saúde. “Vivemos um momento difícil na nossa cidade e se tivermos a honra de entrar para melhorar isso será ótimo. Quero reorganizar os serviços públicos, a Saúde, que está em primeiro lugar no meu governo, e a Segurança.”
<EM>Impaciente, “já que tinha de fazer ainda uma via-sacra”, como dizia aos assessores, Auricchio apressou a mulher, que conversava com uma senhora e seguiu rumo à busca de mais eleitores. “Denise enrosca mais do que eu.” 




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