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Carne sobe mais de 10% em três meses
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
12/06/2008 | 07:00
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Em maio deste ano, o consumidor pagou, em média, 22,89% a mais pelo quilo de carne do que no mesmo mês do ano passado. Somente entre março e maio, a alta acumulou 10,26%. E a tendência é de que o produto saia ainda mais caro para o consumidor nos próximos 18 meses.

"O problema do aumento de preços está no início da cadeia produtiva. Há uma escassez de animais para abate. Como a oferta é menor que a procura, os preços tendem a subir", explica o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), Péricles Salazar. Segundo ele, a produção só deve voltar à normalidade dentro de um ano e meio. "Até lá, os preços da carne terão reajustes consecutivos", afirma.

A falta de bois no pasto é explicada pela crise vivida no setor agropercúario a partir de 2003 - e com pior momento em 2006 -, que culminou no abate de matrizes (animais usados para reprodução) e na desistência de muitos criadores.

"Os pecuristas estavam desistimulados. Os preços da arroba do boi estava muito baixo e não cobriam os gastos de produção", explica a pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP.

MATRIZES - O tempo de criação e engorda de um boi antes do abate é de, aproximadamente, 2,5 anos. "É agora que o mau momento da produção vai ser sentido pelo consumidor. É como recomeçar a cadeia produtiva. Precisamos das matrizes para aumentar o número de gado no abate. Isso leva até três anos", afirma Salazar.

De 2003 a junho deste ano, o preço da arroba do boi - unidade de medida que representa 14,68 quilos - subiu de R$ 58,15 para R$ 90. Mas Salazar também não descarta a possibilidade de que os produtores possam retardar o abate à espera da valorização da arroba bovina.

Ele diz que os frigoríficos estão repassando o aumento para o atacado, e daí para o varejo, o que vem provocando seguidos aumentos.




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