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CPI investigará denúncias contra PT
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
21/06/2002 | 00:05
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A Câmara de Santo André instaurou nesta quinta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias do esquema de propina na Prefeitura destinado a beneficiar campanhas eleitorais do PT. O pedido de abertura da CPI foi proposto pelos vereadores do PT e aprovado pelos 21 parlamentares do município.

O vereador José Montoro Filho (PT), o Montorinho, líder do governo durante o primeiro ano do atual mandato, será o presidente da comissão. O também governista Donizeti Pereira (PV) será o relator da CPI, que tem como membros os vereadores Donizete Ferreira (PDT), Carlos Ferreira (PSB) e o oposicionista Luiz Zacarias (PL).

A decisão de instalação de uma CPI ocorreu após uma reunião entre os vereadores da base de sustentação ao prefeito e o governo. "Temos todo o interesse de apurar esse depoimento que ele (João Francisco Daniel) faz ao Ministério Público. O governo aprova essa decisão (de abrir uma CPI), porque não tem nada a temer", afirmou a líder do PT, vereadora Ivete Garcia.

O presidente da Câmara, vereador Carlinhos Augusto (PT), afirmou não ter conhecimento do inquérito. Segundo o presidente, a CPI deverá trabalhar inclusive durante o recesso parlamentar. A CPI tem prazo inicial de 30 dias, que pode ser prorrogado. "São denúncias importantes e graves e por esse motivo estamos abrindo a CPI", afirmou.

A primeira reunião da CPI está marcada para a próxima terça-feira, às 14h. O relator da comissão afirmou que o primeiro passo é traçar uma agenda de trabalho para convocar todas as pessoas citadas no processo. "O João Francisco deve ser o primeiro a ser ouvido. Acima de tudo, temos de fazer um trabalho com seriedade e muita transparência", afirmou Pereira.

Para o vereador Luiz Zacarias, a criação da CPI era uma obrigação da Câmara. "São denúncias gravíssimas com alto teor de informações e que colocam em xeque a administração do prefeito Celso Daniel. Se forem comprovadas, temos de tomar as medidas cabíveis ao caso. A Câmara tem a obrigação e o compromisso de apurar", disse.

Em seu depoimento, João Francisco Daniel afirma que o vereador Ricardo Alvarez (PT) poderia levar mais provas ao caso. O parlamentar afirma não saber os motivos que levaram João Francisco a dar essa declaração. "Isso é algo que teria de ser perguntado a ele. Acredito que ele me citou pela minha conduta na Câmara, de sempre questionar os contratos dessa área. Não tenho nenhuma informação sobre essas denúncias", afirmou.

Ricardo disse que na última sexta-feira recebeu um telefonema do Ministério Público convidando-o para prestar depoimento na segunda-feira. O vereador disse que somente poderia comparecer nesta quinta-feira. "A promotora me disse então que não seria necessária a presença, pois a primeira fase do processo estava sendo encerrada", disse.




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