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Reformas não saíram do papel
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
01/01/2011 | 07:25
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Claudinei Plaza/DGABC


O oitavo ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao fim com mais um bom motivo para ser comemorado: pesquisa Ibope divulgada dia 16 revela recorde de aprovação de 87% (ótimo e bom).

Tamanha popularidade é a maior da história documentada. A aceitação veio evoluindo ao longo dos anos de gestão e nos últimos períodos se manteve em patamares elevados, coisa rara entre chefes de Estado em fim de mandato, pois há desgaste natural da imagem e do governo.

Porém, o presidente perdeu a oportunidade de reverter essa adesão popular maciça para bancar grandes projetos que se tornaram enormes gargalos políticos. O petista usou o respaldo da população apenas para administrar cizânias internas no seu partido, com ponderação às alas mais radicais, que pressionaram o governo e lideranças da legenda para executar ações polêmicas, que viera à tona na eleição presidencial, como a regulamentação da imprensa e a descriminalização do aborto.

Questões como as reformas da Previdência e da Política passaram batido nas duas gestões de Lula. Esses temas sempre foram colocados como importantes em campanhas e também no exercício do mandato. Mas nunca saíram do papel.

Assim, se por um lado teve total aval da sociedade para governar o País à sua maneira, não enfrentou deputados, senadores e a opinião pública para colocar em prática as reformas.

 

POLÍTICA EXTERNA

A administração do presidente Lula também patinou quando o assunto foi a política externa. Um dos pontos principais foi a abertura do mercado brasileiro para os chineses.

O objetivo foi conquistar o voto dos asiáticos para que o Brasil conquistasse cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que não ocorreu. Com produtos chineses em maior quantidade e mais baratos nas prateleiras nacionais, a produção interna sofreu.

Outro equívoco foi ter ficado do lado do Irã, polêmico país comandado por Mahmoud Ahmadinejad, alvo de críticas das principais potências mundiais pelo enriquecimento de urânio, o qual serviria para produzir bombas nucleares. O governo iraniano também é alvo de análises negativas pela política de condenação de crimes - por exemplo, quer apedrejar até a morte uma mulher acusada de adultério.

Os tratados de livre comércio ficaram estagnados no governo petista. Desde 2002, cerca de 100 acordos foram ou estão sendo firmados entre os países. O Brasil efetivou apenas um, com Israel, cuja relação comercial não é expressiva.




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