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Presa falsa despachante de Mauá
Artur Rodrigues
Especial para o Diário
27/10/2004 | 09:09
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Edileuza, Isabel, Rute, Rosângela. Esses são apenas alguns dos nomes usados por Francisca Fátima da Silva, 36 anos, para fazer compras em grandes lojas. Francisca foi presa nesta terça em seu escritório, no Parque das Américas, em Mauá, onde também atuava irregularmente como despachante. Nesta terça, pelo menos 20 vítimas dos golpes aplicados por ela procuraram a polícia.

A polícia de Ribeirão Pires seguia os rastros da suposta despachante desde junho, quando ela teria comprado documentos falsos para uma série de equipamentos caros, que vendia a dentistas. Enquanto os investigadores procuravam por Rosângela, a mulher acusada de estelionato continuava aplicando golpes em lojas de Ribeirão Pires e Mauá. Porém, utiliza outras das suas identidades falsas.

"Foi quando os investigadores deixaram de procurar pelo nome e passaram a perguntar pela aparência da estelionatária. Descobrimos que ela atuava de forma irregular como despachante em um escritório em Mauá e fizemos a prisão", contou o delegado titular de Ribeirão Pires, Plínio Tadeu de Andrade Jubran.

No escritório de Francisca, a polícia encontrou talões de cheque, faturas de compras e cartões de crédito falsos. Lá, a despachante atuava, principalmente, na regularização de documentos de veículos. Clientes desavisados não faltavam à Francisca. Em uma caixa, a polícia encontrou mais de 30 processos. Eles estava prontos a ser enviados para unidades da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de várias cidades. A polícia desconfia que um despachante com licença agilizasse os processos junto às autoridades de trânsito.

O autônomo Adriano da Silva, 19 anos, foi uma das vítimas de Francisca. Há dois meses entregou os documentos do seu automóvel para serem regularizados. "Ela ficava enrolando. Falava que esse tipo de processo demorava assim mesmo. Nessa história, perdi R$ 400", lamentou. O também autônomo Denerval Rocha dos Santos, 28, foi outro que diz ter sido prejudicado por Francisca. "Paguei R$ 320 para renovar minha carteira de habilitação. Já se passaram seis meses e ainda não obtive o documento", contou.

Na mira da polícia desde junho, Francisca atuava há mais tempo como despachante em Mauá. Vizinhos afirmaram que o escritório teria sido aberto há sete meses. "Ela ficava sempre com a porta fechada. Mesmo assim, via entrar no escritório vários clientes", contou uma vizinha, que preferiu não se identificar.

Franscisca foi autuada em flagrante por falsificação de documentos. Ela responderá inquérito por estelionato e exercício irregular da profissão de despachante. Nesta terça, no entanto, a polícia ainda não tinha calculado o tamanho do prejuízo que Francisca teria causado a estabelecimentos comerciais e a clientes de seu escritório.




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