As exportações devem cair "no mínimo US$ 20 bilhões" no ano que vem, prevê o vice-presidente executivo da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.

Para este ano, ele prevê que as vendas externas totalizem US$ 202 bilhões. A previsão de queda se baseia na redução de preços, principalmente das commodities, e na retração da demanda. "Só em minério de ferro já foi anunciada uma redução de 30 milhões de toneladas, a US$ 70 a tonelada, já dá US$ 2,1 bilhões", disse.

O vice-presidente pretende divulgar projeções completas para a balança comercial do ano que vem em meados de dezembro.

Castro comentou também as declarações do Secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradía, contrárias à abertura comercial defendida pelo Brasil. "É o problema do Mercosul: são quatro sócios muito diferentes", disse.

Apesar da disposição do governo brasileiro em ceder aos países ricos na área industrial e da declaração dos países do G20 recentemente de que querem concluir a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio este ano, Castro prevê que isso não ocorrerá. "Não consigo ver Doha avançando neste momento. As declarações são mais políticas", afirmou. Para ele, "em tempos de crise, cada um busca sua sobrevivência".