O atendimento no Hospital Municipal de Diadema ocorre nos corredores. O Diário flagrou pacientes em macas em locais de passagem e outros tomando soro em cadeiras que deveriam servir apenas para espera por atendimento.

Além da precariedade no atendimento, o hospital de Piraporinha tem apenas dois banheiros para os pacientes (feminino e masculino), insuficientes para atender a quantidade de pessoas que passa pelo pronto atendimento diariamente. Segundo a Prefeitura, uma média diária de 1.800 pessoas.

“A gente precisa ficar na fila. Alguns não conseguem e passam mal aqui fora”, reclamou a doméstica Andréia América Passos, 31, que aguardava na porta do banheiro.

Os pacientes reclamam ainda da demora para serem atendidos. “Fiquei esperando duas horas e agora preciso tomar soro no corredor. Não vejo a hora de ter dinheiro para fazer um convênio”, disse o pedreiro Antônio Silva, 28.

Outros pacientes disseram esperar até três horas para passar com o médico.

O hospital municipal tem ainda problemas de infra-estrutura. As cadeiras nas salas de espera estão rasgadas e quebradas.

“Por ser um hospital, é bem complicado. Todos que vêm aqui estão debilitados. Merecemos condições melhores”, queixou-se a professora Nilda Maria Torquato, 34.

O mesmo problema de falta de manutenção foi encontrado no Pronto-Socorro Central. As cadeiras também estão quebradas e rasgadas e a porta do banheiro, pichada.

A Prefeitura reconhece a superlotação do hospital municipal e informa que está sendo feita uma obra no sétimo andar do prédio para desafogar o térreo. Porém, o secretário da Saúde, Osvaldo Misso, não soube dizer quando a construção será concluída.

Segundo ele, a administração municipal não pretende fazer obras de grande porte nos prédios – tanto no hospital quanto no PS Central – porque o Quarteirão da Saúde terá pronto atendimento, com capacidade para atender toda a demanda.

A obra municipal está prevista para ser inaugurada em 8 de março.