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Boleiros impulsionam prática e o crescimento do futevôlei

Esporte que ganhou fama nos anos 1980 e 1990 volta à tona e auxilia físico e técnico dos jogadores

Dérek Bittencourt
23/07/2018 | 07:07
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André Henriques/DGABC


No início desta semana, Neymar surgiu nas redes sociais jogando futevôlei com amigos no Rio de Janeiro. O esporte, que nasceu no Rio, ganhou fama principalmente no fim dos anos 1980 e início dos 1990 com a prática de adeptos como Renato Gaúcho, Edmundo, Djalminha, Adílio, Claudio Adão e Romário. Atualmente, além do camisa 10 do Paris Saint-Germain, outros boleiros que habitualmente se arriscam na modalidade são Robinho, Júnior Dutra e Domingos. E muito mais do que um hobby, pode servir como auxílio nas partes físicas e técnicas do futebol.

“Dificilmente eu fazia gol. Comecei a brincar no futevôlei e hoje tenho mais noção de tempo de bola, aprimorei passe, domínio, lançamento. É diferente, mas ajuda”, contou o zagueiro João Paulo, ex-Santo André e atualmente no FC Juárez, do México. “São esportes bem diferentes, mas praticando o futevôlei aumenta a força para o campo. Acredito que muitos praticam porque não tem contato e por reunir amigos”, disse Ricardinho, ex-meia do Água Santa.

O fisioterapeuta Wallis Leonidas, 30, endossou as palavras do ex-atleta do Netuno quanto aos benefícios do futevôlei. “A areia gera uma carga excessiva de força e ali pode trabalhar fortalecimento sem carga, com a areia absorvendo o impacto”, explica o profissional, que indica o esporte para fortalecimento, tratamento e prevenção. Aliás, a famosa caixa de areia já é bastante utilizada pelos clubes de futebol e a implementação do futevôlei de maneira recreativa poderia agregar com resultados mais efetivos.

No Grande ABC são poucos os locais que ofertam a modalidade. A recém-inaugurada Arena Pé na Areia, em São Bernardo, e o Clube Atlético Aramaçan são exceções.

Criado no início da década de 1960, no Rio de Janeiro, e tendo como um dos precursores o arquiteto e esportista Otávio Moraes, o Tatá, o esporte já atravessou as fronteiras e ganhou praticantes em outros continentes. Tanto que já existem Copa do Mundo e Mundial da categoria e diversas federações e confederações internacionais.

Ex-Cachorrão troca campo e quadra pela areia

O santista Silvio Morgado Saldanha Júnior, conhecido como Juninho, atualmente mora em São Bernardo, onde em 2014 jogou futebol profissionalmente como volante do Cachorrão. Antes, havia feito base no Santos FC e chegou a disputar campeonatos de futsal em Santos e Praia Grande. Em 2015, foi para o Aurora, da Bolívia, mas ao retornar ao Brasil decidiu se dedicar apenas à areia.

“Quando voltei, decidi cair de cabeça no futevôlei – o qual pratica desde os 16. Disputei campeonatos brasileiros, mundiais e sul-americanos. Fui campeão da Copa do Brasil, em Brasília. Venho tentando ganhar meu espaço aos poucos”, disse o jogador, 25 anos, e que também é professor da modalidade. “O (fator) financeiro ainda atrapalha um pouco (o futevôlei). Não dá esse retorno para a gente ter aquela estabilidade financeira que precisamos. Mas o esporte vem crescendo, surgindo apoiadores”, exaltou.

REGRAS

Juninho explicou como se joga o futevôlei. “Não pode usar as mãos; só pode dar no máximo três e no mínimo um toque na bola; o atleta não pode encostar na rede; e bola na linha é dentro. Não tem segredo.”

E os praticantes deste esporte contam com cada vez mais a participação de jogadores do futebol para ganhar impulso. “Os atletas profissionais trazem a mídia ao futevôlei. Estamos engatinhando ainda e dependemos dele para termos visibilidade”, afirmou o profissional e professor de futevôlei Silvio Morgado Saldanha Júnior, o Juninho, 25 anos.




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