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Caminhão inteligente é destaque na Fenatran

Salão do Transporte Rodoviário de Cargas
atrairá lançamentos de montadoras da região

Por Vagner Aquino
14/10/2017 | 07:34
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Divulgação


O primeiro caminhão produzido no Brasil com alto índice de conteúdo nacional, o F-600, saiu das linhas de montagem da antiga fábrica da Ford (então, localizada na Capital) há 60 anos. De lá para cá muita coisa mudou e, se antes ter motor V8 era inovação, hoje em dia se fala até em caminhão com condução autônoma e semiautônoma.

E é exatamente esta a principal novidade da fabricante durante a 21ª Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas), que ficará aberta aos visitantes entre segunda e sexta-fera, das 13h às 21h no São Paulo Expo (fica no quilômetro 1,5 da Rodovia dos Imigrantes, na Capital). Com estande de 2.200 metros quadrados, a Ford Caminhões levará o Cargo Connect ao conhecimento do público. Trata-se de um protótipo (baseado no Cargo 2429 8x2 com transmissão automatizada) dotado de tecnologias inovadoras de assistência ao motorista e conectividade – como frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, controlador de velocidade adaptativo (freia e acelera sem a intervenção do motorista), monitoramento em 360 graus por meio de câmeras e até sistema de leitura de placas de trânsito. “Esta é uma visão de caminhão conectado, com tecnologias inteligentes de direção semiautônoma que podem ser lançadas no mercado entre três meses e três anos”, explica João Pimentel, diretor de operações de caminhões da Ford América do Sul.

A Fenatran também será palco para outra montadora que criou raízes no Grande ABC há 60 anos: a Scania. Sem falar em investimentos, a marca sueca levará “soluções inteligentes, conectadas e sustentáveis para aumentar a rentabilidade dos clientes”, afirma Roberto Barral, diretor-geral da fabricante no Brasil. “Não deixamos de pensar no futuro, pois queremos ser o parceiro do cliente nos próximos anos na transição para um transporte mais sustentável. Estamos com expectativa muito positiva para a feira, que também visa relacionamento.”

A montadora fará o lançamento de quatro caminhões e de dois serviços. Para os rodoviários, haverá novas motorizações (450 cv e 510 cv), que oferecem até 5% a mais de economia de combustível. Esses propulsores passarão a ser equipados com sistema de injeção de alta pressão. O caminhão off-road Heavy Tipper terá dois modelos para a mineração. Já no setor de serviços, a fabricante apresentará o inédito Programa de Manutenção com Planos Flexíveis no mercado brasileiro – modalidade em que o veículo informa o momento ideal de parar para a manutenção. Tudo isso, em prol da produtividade.

E essa é também a meta da Mercedes-Benz. A marca alemã, que anunciou na semana passada o aporte de R$ 2,4 bilhões nas fábricas de São Bernardo e Juiz de Fora (Minas Gerais) aproveitará a Fenatran para apresentar sua linha 2018. “Lá (na feira), evidenciaremos que o caminhão será só uma parte do todo. Por exemplo, além de novos produtos (como Axor renovado e novo Accelo com cabine estendida e túnel central rebaixado), teremos a segunda geração do FleetBoard, solução de gerenciamento inteligente, que possibilita comunicação com o caminhão via central de relacionamento, melhorando, consequentemente, a produtividade das empresas”, destaca Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil.

Em relação ao mercado, Leoncini enfatiza que a matemática foi derrubando seu otimismo, porém, “agora, estamos apenas 9% menor que os números de 2016. Estamos no caminho certo. A expectativa é grande, e a feira é o local exato para sentar com o cliente e definir as coisas para 2018”, diz. “Não estávamos na última (Fenatran), agora, será a volta de gala.”

Cabe salientar que as vendas de caminhões estão 8,55% menores que em 2016 – conforme dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Foram 35.345 unidades emplacadas entre janeiro e setembro deste ano, contra 38.649 no mesmo período em 2016. Porém, conforme apontam especialistas, a economia está se desligando do cenário político e voltando a decolar. A Fenatran pode ser o divisor de águas.




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