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Pneus: guerra entre novos e reformados
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
22/04/2007 | 07:08
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O mercado nacional de pneus passa por momento delicado, pois duas polêmicas envolvem o setor: a reciclagem e a importação de usados. Os impactos ambientais e econômicos envolvem as duas problemáticas e os pivôs das discussões são os mesmos – a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) e a Abip (Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados).

Por lei, as empresas são obrigadas a reciclar cinco pneus para cada quatro novos que colocam no mercado. As principais fabricantes instaladas no País alegam que esse volume não é possível de ser atingido, já que é difícil fazer a coleta, pois o item se torna propriedade privada ao ser adquirido, além de não ter fácil transporte, como acontece com as latinhas de alumínio.

De acordo como o diretor geral da Anip, Vilien Soares, somadas às dificuldades de logística e coleta – agravada pelos depósitos clandestinos – reciclar pneus demanda investimento pesado por parte das empresas. “Pagamos para as cimentarias utilizar a borracha como substituta de carvão de coque”, ressalta.

Legislação - Atualmente, a lei está suspensa e as indústrias de pneus não pagam multas ao Ibama. O argumento da Anip foi baseado em um estudo de 2005 do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), cujo resultado mostra que os pneus usados corresponderiam a 50% do número total de pneus novos. “Precisamos rever esses números. É necessária uma nova legislação, pois não há controle do que é reciclado”, destaca Soares.

Remoldados - O presidente da Abip, e também presidente da remoldadora BS Colway, Francisco Simeão, afirma que é possível reciclar em tal proporção. “Redigi o primeiro texto do Conama sobre o assunto. Os fabricantes dizem que não acham pneus e reclamam de quem importa pneus para reforma. Porém, nós conseguimos cumprir a lei”, afirma.

Segundo Simeão, a BS Colway coleta cinco pneus inseridos no meio-ambiente para quatro que importa. “Encaminhamos para a Votorantin Cimentos, que substitui o coque (tipo de combustível derivado do carvão) trazido de fora”, ressalta.

Nocivos - “Importados da China e remoldados fazem mal às empresas e ao bolso dos acionistas”, afirma o presidente da Abip. Contudo, o diretor da Anip diz que o problema não é remoldar pneus nacionais. “O problema é remoldar pneus importados”, destaca Soares.



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