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Alvo no Mensalão, Luizinho alfineta dissidentes do PT
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/11/2015 | 07:00
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Divulgação:


Fora da política há nove anos e com carreira desgastada pelo Mensalão antes de ser absolvido, o ex-deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), fez críticas a dissidentes do PT que têm deixado a sigla por conta da crise institucional, provocada especialmente pelas denúncias de envolvimento de líderes petistas ou ligados ao partido na prática de corrupção na Petrobras.

“Considero que são poucas (saídas), mas perdas. São pessoas que, na minha opinião, não souberam fazer boa leitura do momento em que estamos vivendo, de enfrentar essa luta de classes mais determinada”, disse Luizinho, sem citar nomes.

Ele descartou retomar plano de disputar cargo eletivo em curto prazo. Em evento em São Bernardo, acompanhando atividade do prefeito Luiz Marinho (PT), o petista evitou falar que sua carreira nas urnas está encerrada, no entanto, frisou que “não tem projeto eleitoral”. “Nunca se pode dizer nunca, pois não sabemos o que pode acontecer amanhã, só que, neste momento, diria que não (concorrer em pleito)”. Sua última tentativa se deu em 2008, quando fracassou na empreitada por vaga à Câmara de Santo André.

Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara Federal em 2005, período em que estourou o escândalo do Mensalão, em Brasília, Luizinho sofreu dois reveses seguidos, amargando também derrota na busca pela reeleição no ano seguinte ao episódio. Na ocasião, o petista foi citado no processo como beneficiário do esquema de compra de apoio no Congresso, o que resultou em forte desgaste político. Desde então, não conseguiu resgatar sua imagem na vida pública, embora, em 2012, tenha sido absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da acusação de crime de lavagem de dinheiro.

Apesar do afastamento eleitoral, Luizinho aos poucos tem readquirido espaço no petismo. Participou da campanha – mesmo que de maneira tímida, à época – do então deputado estadual Carlos Grana (PT) ao Paço andreense em 2012. Com o êxito do correligionário na concorrência da cidade onde mora, a mulher do petista, Ana Lúcia Sanches, assumiu o posto de adjunta da Secretaria de Educação. Ele afirmou que sua ideia é “continuar defendendo o PT”. “Quero ajudar no que for preciso, estar junto, apoiando e trabalhando pelas candidaturas do partido”, emendou.

Um dos fundadores do PT, Luizinho, 60 anos, hoje aposentado – era professor de matemática no ensino público – e com empresa de consultoria, indicou que deve se manter nos bastidores ao integrar equipe de campanha de políticos aliados no páreo de 2016. Ele mencionou pretensão de atuar agora no projeto de reeleição de Grana. “Esse (suporte) é um dos meus objetivos, bem como contribuir para (a legenda) fazer maioria (bancada) no Legislativo e, assim, ele possa governar com tranquilidade”, disse, acrescentando interesse em auxiliar na empreitada do sucessor de Marinho, Tarcisio Secoli, atual secretário de Serviços Urbanos.

(colaborou Leandro Baldini)




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