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Crise impulsiona consórcio de veículo nos últimos meses
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/11/2008 | 07:00
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A crise internacional, que gerou dificuldades no acesso ao crédito no País, fez a procura por consórcios de veículos crescer cerca de 30% nos últimos dois meses.

Alternativa aos financiamentos, que observam uma piora nas condições (elevações das taxas de juros, redução dos prazos e aumento de exigência de entradas), nesse sistema não há incidência de juros, mas sim há uma taxa de administração, um fundo de reserva e seguro.

"Sentimos nos últimos dois meses uma forte reação", disse o presidente da Abac (Associação Brasileira da Administração de Consórcios), Luís Fernando Savian. Segundo ele, a oferta de crédito por parte de bancos e financeiras era abundante desde o ano passado e, por isso, o formato tinha pouco espaço para crescer.

O diretor da Bradesco Consórcios Idevalter Borba também observa sensível melhora dos resultados. Líder no segmento de veículos, o banco cresceu 10,8% nessa área em agosto frente a igual mês do ano passado e, em setembro, já viu esse ritmo saltar para 12,3%.

Borba cita que o consorciado, em geral, tem o perfil de poupador, que planeja a compra, para ter um veículo após alguns anos, diferente daquele que quer comprar e sair com o carro da loja.

E os representantes do setor destacam que, enquanto os prazos dos financiamento dos automóveis têm encolhido, os de aquisição pelo formato ainda são bastante elásticos.

No Bradesco, os planos chegam a 72 meses, a taxa de administração gira em 12% do valor do bem e o fundo de reserva é de 3%. Já no Consórcio HSBC, a taxa administrativa é de 12% para plano de 60 meses com fundo de reserva de 1,5%. No BB Consórcios, o prazo vai a 75 meses, com a taxa de 11% ao longo do plano, mais fundo de 3,5%.

O superintendente do HSBC Consórcios, Douglas Silva Lopes, destaca que essas características, somadas às restrições impostas à aquisição financiada, deram atração à modalidade. "Acredito que nos últimos dois meses, cresceu a procura uns 30%", disse.

Lopes lembra que, o sistema já teve muito maior representatividade no passado. Atualmente, de 13% a 14% dos carros vendidos têm a comercialização por meio pelo formato. "Já chegou a ser 40%", disse.

Inadimplência - O presidente da Abac assinala que a inadimplência no segmento não tem crescido, como no financiamento. Atualmente, na média, está em 3,5%. Savian afirma ainda que se a pessoa não contemplada ficar sem condições de pagar, ela não perde o dinheiro, já que pode receber o valor acumulado no final do plano.

No caso de retomar condições de pagar as prestações, o dono de uma cota de consórcio pode diluir as parcelas não-pagas pelo período que ainda falta para pagar. Novas regras, que entrarão em vigor em fevereiro, vão tornar o formato ainda mais interessante para a pessoa que, por algum motivo, teve de interromper o pagamento das parcelas.




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