O ex-presidente iraniano, Akbar Hachemi Rafsandjani, é o favorito no país para vencer as eleições na Assembléia dos notáveis. Cerca de 60% dos 46,5 milhões de eleitores participaram do pleito. Estas eleições representam o primeiro teste de popularidade para os conservadores do presidente Mahmud Ahmadinejad desde que foi eleito, em 2005.

Formada por 86 membros e eleita para um mandato de oito anos, a Assembléia dos notáveis é encarregada de escolher, supervisionar e eventualmente demitir o guia supremo, atualmente o aiatolá Ali Khamenei. "Cerca de 17 milhões de votos foram apurados e prevemos que haverá 26 milhões de votos no total", afirmou Abas-Ali Kadkodaye, porta-voz do Conselho dos Guardiões da Revolução

"O nível de participação nas eleições para a Assembléia dos notáveis foi inédito", assinalou, por sua vez, o ministro do Interior, Mostapha Pour-Mohammadi. Na eleição anterior para a Assembléia dos notáveis, em 1998, o nível de participação foi de 42,5%. Desta vez, a organização desta eleição, que inclui também a escolha de conselheiros municipais, favoreceu a participação dos eleitores.

Prévia - Segundo as agências de notícias Fars e Mehr, próximas aos conservadores, Rafsandjani, um conservador pragmático, é o primeiro colocado dos candidatos para a eleição na Assembléia dos Especialistas.

Segundo a Fars, Rafsandjani é líder em Teerã (capital do país), onde ele está muito na frente do ultraconservador Mohammad Taghi Mesbah Yazdi, considerado como o mentor do presidente Mahmud Ahmadinejad. Segundo a Mehr, Rafsandjani também é líder em várias cidades da província de Teerã, como Varamin, Robat-Karim e Rey.

Para as eleições à Assembléia, os candidatos se apresentavam em uma das 30 províncias iranianas. A de Teerã reúne as mais eminentes personalidades.

Em um gesto simbólico, Rafsandjani e o ex-presidente reformador Mohammad Khatami votaram juntos na mesquita Jamaran, onde o fundador da República Islâmica, o imã Khomeiny, pronunciava seus discursos. A maioria dos jornais reformadores publicou neste sábado em suas manchetes esta foto simbólica, para ressaltar a aliança política contra os ultraconservadores.

As autoridades haviam conclamado os eleitores a votar em massa para enviar uma mensagem ao mundo, num momento em que o Irã está submetido à pressão internacional por causa de seu programa nuclear.