O trânsito vitimou fatalmente 16 pessoas no Grande ABC em abril deste ano. Conforme dados do relatório mensal do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), divulgados ontem, o número foi 33,33% menor do que o registrado no mesmo mês de 2016, quando 24 pessoas foram a óbito.

O maior número de ocorrências foi em Mauá, com cinco mortes. Já a maioria das mortes continua sendo com pedestres (seis vítimas), seguido por cinco motociclistas (veja informações ao lado). O tipo de acidente fatal mais comum foi a colisão, seguido pelos atropelamentos de pedestres.

Segundo o chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) Dirceu Rodrigues Alves Júnior, os pedestres acabam sendo o maior número de vítimas porque são o elo mais desprotegido no trânsito. “Temos guias e calçadas estreitas, o que facilita com que ônibus, ao chegarem nos pontos, suba na calçada com a roda traseira e atinja alguma pessoa. Além disso, intervenções como o guard rail podem obrigar o pedestre a atravessar na faixa, pois é comum hoje as pessoas atravessarem perigosamente entre os veículos”, disse, acrescentando que o investimento em campanhas de educação para motoristas e pedestres é uma medida essencial a ser tomada para que os números sejam reduzidos ainda mais.

Realizada pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, a campanha Travessia Segura teve a primeira fase desenvolvida entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, e a segunda fase retomada entre abril de 2015 e o fim de 2016. Conforme dados do CPA/M-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana Seis), responsável pelo policiamento na região, a queda foi de 38,06% no período para casos envolvendo acidentes de trânsito.

O Consórcio afirmou que atualmente, como parte dos esforços realizados para a diminuição de gastos, realizou iniciativas como a revisão de contratos e convênios que estavam em andamento. “Dentro desta política de redução de despesas, a continuidade da Campanha Travessia Segura está sendo discutida pelo Grupo de Trabalho Mobilidade, com o objetivo de possibilitar a manutenção da iniciativa com recursos a serem disponibilizados pelo governo de São Paulo”, informou, em nota.