Política Titulo Gastos Públicos
Prefeituras preveem novos cortes para conter despesas

Cidades da região estimam ano ainda de retração
na economia e adotarão medidas para evitar deficit

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/01/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Com expectativa pessimista em relação à economia em 2016, as Prefeituras do Grande ABC preveem novos cortes de gastos públicos para conter despesas no último exercício de mandato, ano de processo eleitoral. Os Paços estimam receita ainda em retração e dão passos para adotar outras medidas no sentido de evitar deficit nas finanças, uma vez que a queda na arrecadação de tributos tem dificultado controle do custeio da máquina, além de resultar no adiamento de projetos estruturais prometidos na campanha de 2012.

Em São Bernardo, o secretário de Educação, Paulo Dias (PT), afirmou que, por orientação do prefeito Luiz Marinho (PT), há “análise de todos os contratos vigentes” na tentativa de reduzir custos. “A compra dos uniformes (escolares deste ano) já seguiu esse rito. Junto com isso, passamos a diminuir gastos com horas extras. Não dá para extinguir, mas iniciamos controle de maneira mais criteriosa.” O modelo usado para aquisição dos uniformes gerou economia de 60%, comparado ao lote de 2009. Não há, no entanto, valores projetados de contenção ao conjunto de procedimentos.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), anunciou, recentemente, que enxugará o número de cargos comissionados, sem nomear postos que ficam vagos, e redução de secretarias – o petista efetivou a fusão das Pastas de Trabalho e Direitos Humanos. Com a ação de aperto nos cintos, o Paço pretende poupar cerca de R$ 150 milhões no ano.

Chefe do Executivo de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB) indicou a revisão de contratos da gestão. Segundo ele, a ideia é “quanto maior (quantidade de adequação), melhor”. “Aqueles que vão vencendo iremos verificar o que dá para diminuir em termos de valor e conseguirmos fechar a conta no fim do ano”, pontuou, ao acrescentar que vai cortar também o número de cargos em confiança. “Não podemos demitir muita gente porque a estrutura administrativa necessita de pessoal, mas precisamos enxugar.” O Paço cogita ainda extinguir a Pasta de Desenvolvimento Econômico.

Em Diadema, o secretário de Finanças, Francisco José Rocha (PSDB), apontou que, além da repactuação de contratos e redução das horas extras, o governo Lauro Michels (PV) estipulou controle rígido do estoque de mercadorias. “Agora, nada do que passa para o setor de compra ultrapassa o período de 45 dias no almoxarifado. Esse é o máximo, limite. Estoque é dinheiro, e desta forma evita desperdício. Somente o necessário, sem extrapolar o razoável, mantendo o equilíbrio. O cenário para 2016 ainda é de crise, assim como foi 2015.”

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), sinalizou controle nas horas extras e criação de módulo de redução nos gastos com energia elétrica. “Implantaremos sistema de LED em que a lâmpada fica acesa somente quando houver presença de pessoas.” Por economia, o petista fechou as portas do Paço no período dos dias 23 de dezembro a 4 de janeiro. Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires, enfrenta forte instabilidade. No fim do ano, extinguiu a Secretaria de Cultura e Turismo, visando diminuir a folha salarial em até R$ 2 milhões.

(colaboraram Leandro Baldini e Júnior Carvalho)




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