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Troca de serviço de limpeza em Mauá deixa 300 desempregados

Trabalhadores da Demax, cujo contrato foi suspenso, esperavam ser mantidos pela nova terceirizada

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/03/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 A suspensão do contrato para limpeza e manutenção das escolas municipais de Mauá – denunciada em 23 de fevereiro pelo Diário –, além de resultar na falta de higiene das unidades e até no fechamento do berçário da EM Guilherme Primo Vidotto, no Jardim Olinda, após surto de diarreia, deixou 300 profissionais desempregados. Tratam-se de funcionários da Demax Serviços e Comércio Ltda, empresa que foi substituída pela Asservo Multisserviços. Os trabalhadores receberam a promessa de que seriam readmitidos, apesar da troca, no entanto, a nova prestadora do serviço optou pela abertura de processo seletivo para as vagas.

A Demax é um dos alvos da Operação Trato Feito, desencadeada pela Polícia Federal em dezembro de 2018 e que investiga o recebimento de propina e pagamento de Mensalinho pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB) a 21 vereadores e um suplente. Atila chegou a ser preso, mas foi solto e responde a processo de impeachment na Câmara Municipal.

A equipe do Diário conversou com ex-funcionárias da Demax e todas relataram que representantes da Asservo estiveram nas escolas e questionaram as diretoras sobre quais profissionais elas teriam a intenção de manter. As trabalhadoras receberam lista de documentos para entregar na nova empresa para a contratação e foram informadas, na sede da Asservo, que deveriam aguardar contato.

Na última semana, todos os ex-funcionários da Demax foram informados de que a seleção para as vagas da Asservo será feita pelo CPTR (Centro Público de Trabalho e Renda) da Prefeitura de Mauá e que podem concorrer pelos postos todos os moradores da cidade que estivessem desempregados e tenham interesse. Pelas redes sociais, trabalhadores denunciam que os profissionais da Demax estariam sendo impedidos de se cadastrar no centro público, que tem recebido cerca de 1.000 pessoas por dia interessadas nas 300 vagas anunciadas

A gerente comercial da Asservo, Luciana Lucio, negou que houvesse compromisso com os trabalhadores da Demax sobre a recontratação. Admitiu, entretanto, que as diretoras chegaram a indicar alguns funcionários, mas que, diante da alta procura pelas vagas, acharam por bem abrir a seleção para todos os moradores do município. “Nem tínhamos certeza sobre o contrato com a Prefeitura, porque estávamos tratando com a equipe da (vice-prefeita e então prefeita interina) Alaíde Damo (MDB). Quando o Atila (Jacomussi – PSB) reassumiu é que confirmaram”, completou.

A Prefeitura de Mauá também negou qualquer compromisso com os funcionários da Demax e destacou que aqueles que não foram atendidos no CPTR não estavam com a carteira profissional. Os munícipes que procuraram a equipe de reportagem afirmam, por sua vez, que mesmo quem se desligou da empresa há mais tempo e estava de posse da carteira foi impedido de fazer o cadastro.

Em nota, a administração destacou que “a seleção não é realizada pela Prefeitura. Quem faz a escolha é a própria Asservo Multisserviços, que atuará como prestadora de serviço, ou seja, quem vai ou não trabalhar é de competência da empresa citada”.

 




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