Palavra do Leitor Titulo
Cracolândia, incompetência e lágrimas

O uso de ‘dor e sofrimento’ como meio de persuadir os viciados...

Por Dgabc
12/01/2012 | 00:00
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Artigo

O uso de ‘dor e sofrimento' como meio de persuadir os viciados da cracolândia paulistana a aceitar o tratamento é, pelo menos, discutível. Esse castigo nada mais é do que a tortura, prática infamante, condenada em todas as sociedades e só admitida nos lugares mais atrasados do planeta. Não há a menor dúvida de que as forças estatais devem à sociedade solução para a zona convertida em território da droga, pois ela se constituiu sob as barbas dessas mesmas autoridades, que pouco ou nada fizeram para resolver o problema, só agravado ao longo das duas últimas décadas.

Em vez da pura ocupação militar, o mais indicado seria endurecimento inicial contra o tráfico e a montagem de estruturas suficientes para atendimento aos viciados. As ‘procissões' de drogados, noticiadas pela imprensa, em nada contribuem para resolver o problema e expõem negativamente a imagem da cidade. Ainda está em tempo de a máquina pública unir-se para a busca efetiva de solução. A própria Polícia Militar seria melhor empregada se, em vez da repressão, fosse direcionada a montar, com outros órgãos de governo, o seu já conhecido sistema de ação cívico social.

Barracas de campanha com médicos, psicólogos, dentistas, farmacêuticos, assistentes sociais e até integrantes do Judiciário, para dar o atendimento integral ao viciado no seu próprio habitat. Oferecer ali mesmo todo o tipo de assistência, e só levar para internação na rede de Saúde os que tenham quadro clínico mais grave ou apresentem alto grau de periculosidade, dependência à droga e risco à própria vida e à de terceiros. Além dos servidores públicos, também poderiam ser chamadas a colaborar as igrejas e entidades sociais que já executam trabalhos com drogados. Tudo para que o usuário, em vez de reprimido, sinta-se apoiado, promovido e espiritualmente confortado.

O combate sem trégua ao tráfico diminuirá a disponibilidade da mercadoria junto ao consumidor e eficiente trabalho social poderá recuperá-lo, assim como devolver à comunidade as áreas hoje sucateadas. A Polícia Militar não deve ser a dona da operação e muito menos aplaudida pelo seu acerto ou vaiada pelo insucesso. Como polícia, tem de fazer apenas sua parte. O governo sim é o responsável e tem de mobilizar recursos para a busca da solução. Em tempo: não é só no centro de São Paulo, mas também nos bairros e praticamente em todas as cidades do Interior.

Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente e dirigente da Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo.

PALAVRA DO LEITOR

Mais um?

Mais um ministro cairá nos próximos dias no governo Dilma. Isso é uma vergonha! Se estivéssemos em um país sério haveria impeachment, mas estamos no Brasil, onde as pessoas gostam de filas, ficar de madrugada esperando as lojas abrirem para fazer liquidação etc. É, infelizmente este é o retrato do País, uma lástima no combate à corrupção e na melhoria da qualidade de vida do seu povo. Estão brincando com a democracia, depois não reclamem se os generais voltarem ao poder. Para o Brasil tornar-se País politicamente sério, falta muito, talvez várias gerações, porque esta que está chegando é alheia a política e só quer saber de redes sociais. Este é o Brasil, País de poucos.

Ailton Gomes, Ribeirão Pires

Economia

Não tenho a menor dúvida de que economia de água é necessidade imediata para garantir o futuro e a sustentabilidade do planeta. As ações são sempre focadas no usuário (grande vilão do gasto) e lamentavelmente não incluem fabricantes de louças sanitárias. Aqui no Brasil introduziu-se a caixa econômica de descarga, de seis litros, mas não vejo instalado o dispositivo para uso de meia descarga (três litros) ou então a descarga completa, conforme a necessidade. Aliás, algo que me parece extremamente simples e que já ví há mais de dez anos instalado nos banheiros em alguns países da Europa. O que fazer para que novas edificações adotem isso imediatamente?

Walmir Ciosani, São Bernardo

Retorno

Muito providenciais as reportagens deste Diário sobre o retorno das velhas raposas da política do Grande ABC ao cenário político (Política, dia 8). Mesmo porque renovação no meio político é palavra fora do contexto, pois político que se preza não perde sua boquinha. Agora, ver as figuras de Hamilton Lacerda, ex-vereador de São Caetano e principal personagem no suposto envolvimento na compra de dossiê contra tucanos durante a campanha ao governo do Estado de 2006, e do Professor Luizinho, ex-vereador de Santo André e um dos principais envolvidos no escândalo do Mensalão, em 2005, tentando o retorno ao cenário político é pôr em xeque a nossa inteligência. Resta aguardar as próximas eleições municipais para o derradeiro teste de memória e do grau de inteligência dos eleitores!

]Sergio Dias Nunes, São Caetano

Resposta

Sobre a reclamação da leitora Rita Maria Duarte Silva (Falta remédio, dia 10), a Secretaria de Estado da Saúde informa que, devido a aumento inesperado de demanda, houve desabastecimento temporário do medicamento Herceptin em dezembro. Mas o estoque já foi normalizado e o medicamento está à disposição dos pacientes. A paciente em questão será informada sobre a chegada do produto. Este medicamento não faz parte da lista de itens definidos pelo Ministério da Saúde para distribuição gratuita na rede pública. No entanto, a secretaria disponibiliza o produto por meio de solicitações administrativas, que são analisadas caso a caso com base no relatório médico de cada paciente e em evidências científicas.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Artigo

Venho parabenizar o Percival Puggina pelo Artigo ‘Tchutchucas e tigrões' (ontem). Muito bem elaborado, e até engraçado quando, na primeira parte do texto, ele nos mostra as diferenças entre os hits de hoje e de ontem. A tendência é piorar.

Rodolfo Andrade, São Bernardo 




Comentários

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