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Thiago Braz vai do desprezo ao ouro

Abandonado pela mãe aos 2 anos, atleta supera adversidades e se torna primeiro brasileiro campeão no salto com vara

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
17/08/2016 | 07:00
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COB


Quando ultrapassou a marca de 6,03 metros e conquistou a medalha de ouro no salto com vara na Olimpíada do Rio, Thiago Braz certamente viu filme passar pela sua cabeça. Desde a infância difícil, quando aos 2 anos foi abandonado pela mãe, passando pela iniciação no esporte, até a decisão de deixar Marília, no Interior, para treinar no BM&FBovespa/São Caetano, em 2010. Em um instante percebeu que todo o esforço foi recompensado e quase não conseguiu falar depois de desbancar o francês falastrão Renaud Lavillenie, grande favorito na prova, disputada na noite de segunda-feira.

Ontem, horas depois do ouro, ainda não tinha entendido a importância do seu feito. “Não consigo descrever quais são as sensações. O dia para mim está sendo diferente. Ainda não consigo entender. Para mim é muito novo o que está acontecendo. Estou meio perdido”, assumiu Thiago.

Duas pessoas foram muito importantes na conquista obtida pelo saltador de 22 anos. Elson Miranda, que também é técnico de Fabiana Murer em São Caetano, foi quem o lapidou na base e o ucraniano Vitaly Petrov, que o transformou em campeão olímpico após dois anos de treinos na Itália. “Meu técnico (Petrov) tem me ajudado muito. Ele passou dificuldades comigo, confiou em mim desde o início. Foi peça fundamental para que eu pudesse ganhar a medalha”, afirmou.

Se ajudou Thiago Braz, Elson Miranda não conseguiu fazer com que Fabiana Murer, que além de atleta é sua mulher, superasse as dores e brilhasse no Rio. Ontem, ainda na classificatória, ela não superou 4,55 m e deu adeus ao sonho da medalha.

“Estou muito chateada, não consegui saltar, tive hérnia (de disco) que me prejudicou bastante. Foi difícil passar por isso, foi um mês de trabalho, dedicação, tive equipe médica me tratando. Achava que poderia saltar e ir para a final, mas, infelizmente, a hérnia tirou a força do meu braço esquerdo e isso fez com que eu falhasse, não consegui saltar”, lamentou Fabiana Murer. 




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