O teólogo católico Eugen Drewermann, crítico do Vaticano, comparou nesta terça-feira os funerais do papa João Paulo II com os do aiatolá Khomeini no Irã, em 1989. A análise foi feita em entrevista à televisão alemã.

"O que acontece nesses dias, em Roma, me recorda os funerais do aiatolá Khomeini em Teerã", afirmou Drewermann. "O papa exerceu seu pontificado com as mesmas pretensões de absolutismo e infalibilidade que o líder religioso islamita", declarou o teólogo e psicoterapeuta alemão, a quem o Vaticano proibiu de ensinar nas universidades, pregar e exercer o sacerdócio desde 1991.

"A Igreja Católica precisa urgentemente de liberdade para que sejam plausíveis em seu interior opiniões diferentes. Isso não foi possível com João Paulo II", enfatizou o autor do livro Clérigos - Psicograma de um Ideal (1989), uma de suas obras mais críticas em relação às estruturas da Igreja Católica como instituição.