Economia Titulo Frio
Inverno leva a custo extra de até R$ 430 ao motorista
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
04/07/2010 | 07:00
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Com a chegada do inverno e os dias frios, os proprietários de carros flex vez ou outra têm a impressão, ao tentar dar partida pela manhã, de que seus veículos têm as mesmas dificuldades daqueles primeiros modelos movidos somente à álcool.

De fato, quando o tempo atinge temperaturas abaixo de 18ºC, o automóvel exige mais do motor - esteja ele abastecido com etanol ou gasolina - para conseguir ligar. O carro pega, mas com dificuldade. Muitas vezes é preciso deixa-lo ‘esquentando'.

Acontece que, para facilitar o trabalho do motor - e a vida do motorista -, o veículo exige cuidados que podem chegar a até R$ 427, dependendo do reparo e da oficina mecânica.

O primeiro ponto que o proprietário deve verificar é o mais simples de todos e o mais barato também: encher o reservatório com gasolina, que custa em torno de R$ 2. O motor só pedirá auxílio dessa gasolina em temperaturas abaixo de 18ºC. Com isso, o combustível, pouco utilizado nos dias não tão frios, pode ficar velho e perder suas propriedades.

"Sugiro que o motorista só coloque meio litro no tanquinho auxiliar, em vez de enchê-lo, pois não corre o risco de deixa-lo apodrecer", diz o proprietário de uma oficina mecânica Denis Marum.

O problema maior vem depois. Muitas vezes, de tanto fazer força para injetar a gasolina fraca, o motorzinho pode se danificar. E lá se vão R$ 50. Ou pior, pode obstruir a válvula, fazendo com que o estrago seja maior: R$ 80.

No frio, o óleo costuma ficar mais grosso, havendo maior dificuldade em dar a partida. A dica de Rubens Venosa, proprietário de outra oficina, é trocar por um tipo de óleo menos viscoso. "Embora seja o dobro do preço, custando em média R$ 30 o litro, recomendo o uso óleo tipo 5W30", afirma. É válido lembrar que um carro usa, em média, três litros, o que eleva os gastos para R$ 90.

Outro problema que pode acontecer é a troca das velas (R$ 45) dos filtros de óleo, ar e combustível (R$ 70) e a limpeza dos bicos (R$ 90) que ficam entupidos com maior facilidade no frio. Só aí já vão mais R$ 205, em média.

Segundo Marum, embora isso tudo faça parte da manutenção preventiva, que deve ser feita a cada 10 mil quilômetros, o motorista dificilmente se atenta a esses reparos por conta de o carro funcionar bem com temperaturas mais altas, o que é mais comum para um clima tropical.

MITO - Quando o veículo não pega, é a hora de cada um dar um palpite diferente, dizendo que é melhor abastecer com gasolina. É bom deixar claro que o problema não está no uso do etanol, no caso de veículos flex. "O carro flex foi desenvolvido para utilizar qualquer combustível (álcool ou gasolina), em qualquer combinação (um de cada vez ou os dois juntos) e a qualquer temperatura", garante Venosa. "Qualquer anormalidade é defeito do veículo."

O que poucos sabem é que, ao mudar o tipo do combustível, o automóvel leva um tempo para se adaptar. "É preciso circular com ele durante 12 quilômetros ou 30 minutos para que se acostume. Se o motorista abastecer e for para casa, dormir, certamente enfrentará dificuldades para dar partida na manhã seguinte, pois ele mudou o combustível e deixou o carro desligado por horas", explica Venosa.




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