Parar o embalado Santos é a meta do São Caetano no duelo de hoje, às 18h30, no Anacleto Campanella. E o Azulão está disposto a usar todos os recursos disponíveis para brecar a euforia dos Meninos da Vila. Tanto que o técnico Roberto Fonseca deve apostar em um esquema de jogo inédito: o 3-6-1. Tudo para proteger a defesa e evitar ser outra vítima do melhor ataque do Paulistão, com 54 gols em 17 jogos - média de 3,1 por jogo.

Sem os laterais Artur e Bruno Recife, o treinador resolveu radicalizar e mudar tudo. Como faltam opções para a lateral direita, ele deve improvisar o volante Moradei na função, com Lucas assumindo a vaga no meio-de- campo. Na esquerda, o treinador parece não confiar no reserva imediato Bruno Bertucci, ex-Corinthians, que foi contratado no início do ano, mas ainda não estreou. Na posição, o treinador deve deslocar o meia Fernandes, que fará função de ala.

Na zaga, a dupla Anderson Marques e Marcelo Batatais ganha o reforço do zagueiro Glauber, que entra na vaga do atacante Wanderley. Éverton Ribeiro reassume a armação da equipe ao lado de Luciano Mandi e Hugo será o único atacante do esquema, que tentará congestionar o meio-de- campo e evitar que o Santos troque passes com facilidade.

"Prefiro o 4-4-2, mas perdemos dois jogadores em posições onde não tínhamos peças de reposição, e por isso terei que improvisar. Apesar de não parecer, será um esquema que dará liberdade para os alas apoiarem e chegarem ao ataque, principalmente o Fernandes pela esquerda", explica o técnico Roberto Fonseca.

Na verdade, a função de Moradei não deve ser exatamente a de ala. Preocupado com a potência do ataque rival, o jogador deve ficar mais preso, formando ao lado de Jairo e Lucas a linha de três volantes na frente da defesa, dando liberdade para Éverton Ribeiro encostar no atacante Hugo.

Enquanto o São Caetano estuda forma de se defender, o técnico Dorival Júnior coloca o Santos no ataque. Com a ausência do meia Paulo Henrique Ganso, o treinador resolveu optar pelo retorno de Robinho, que formará novamente o trio ofensivo com Neymar e André. Marquinhos ganha nova oportunidade na armação e o meia Wesley fará a função de segundo volante.

Apesar carregar o favoritismo para a partida, o treinador santista pediu atenção. "O São Caetano vem crescendo no campeonato e tem alguns jogadores de qualidade que merecem ser observados", sugeriu o treinador, que intensificou as últimas atividades no setor defensivo e mostra preocupação com o desempenho da zaga. "Espero crescimento nesse sentido, e que o setor volte a participar mais e a ser combativo."
Além de Robinho - que completa 200 jogos com a camisa do Peixe - outro que está de volta é o zagueiro Edu Dracena que volta no lugar de Bruno Aguiar. s

Esquema novo deixa goleiro Luiz preocupado

O 3-6-1 que será usado contra o Santos não é unanimidade nem mesmo dentro do São Caetano. O goleiro Luiz, por exemplo, acredita que mesmo com mais defensores, a zaga pode ficar vulnerável.

"Os zagueiros devem abrir parar marcar e o meio pode ficar desprotegido. Vamos ver como funciona no jogo, mas será preciso conversar para que dê certo", analisa.

Luiz, aliás, terá reencontro esperado com o técnico Dorival Júnior, do Santos. Foi o treinador que, em 2007, quando dirigiu o Azulão promoveu o jogador ao time titular. "Comecei aquela temporada desacreditado, pois estavam aqui o Silvio Luiz, que tem uma longa história no clube e o Mauro (ex-Santos). Eu era a terceira opção, mas o Dorival me colocou em amistoso e não saí mais", comemora o goleiro.

Dorival Júnior reprova atitude dos jogadores
O calmo ambiente santista ganhou contornos tensos, na sexta-feira. Isso porque o técnico Dorival Júnior reuniu o elenco por 47 minutos para lavar a roupa suja. Nada com o futebol apresentado pela equipe. O assunto foi a polêmica que o clube se envolveu durante visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz.

Os jogadores iriam entregar 640 ovos de Páscoa à instituição, porém alguns jogadores como Robinho e Neymar, se recusaram a descer do ônibus.

Dorival Júnior reprovou a atitude dos jogadores. "A situação não agradou a ninguém, e não foi diferente comigo. Mas preciso respeitar a posição de cada um. Era pra ser algo fraterno, buscando troca com aquelas crianças que têm muito mais para nos ensinar do que temos para lhes oferecer", lamentou.