Automóveis Titulo Impressões ao dirigir
Evolução Positiva
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
06/01/2010 | 07:00
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Em meados de 2007, quando declarou guerra aos rivais Honda Civic e Toyota Corolla, o renovado Nissan Sentra passou a ser lembrado como o carro da propaganda com a musiquinha "...não tem cara de tiozão, mas acelerou meu coração...". No final do ano passado, como todo veículo que almeja permanecer jovem e, é claro, competitivo no mercado, o três volumes produzido em Aguascalientes, no México, sofreu importantes e positivas modificações : passou a contar com motor flex em agosto e no mês passado ganhou a cara da versão vendida nos Estados Unidos, novos equipamentos e preços mais competitivos.

Para conferir de perto as novidades do Sentra, avaliamos a versão topo de linha 2.0 SL com transmissão automática Xtronic CVT (continuamente variável). E logo de cara gostamos do que vimos. O preço, que antes era de R$ 72.890, caiu para R$ 71.990, mesmo o novo modelo sendo mais recheado. O Civic na versão LXS 1.8 Flex com bancos de couro, que traz lista de mimos equivalente ao Nissan por nós avaliado, custa R$ 72.475. E o Corolla XEi Flex 1.8 não sai por menos de R$ 73.470. Ponto para o mariachi Sentra!

DIMENSÕES - Apesar das novidades, o Nissan preservou sua principal característica: o conforto. Ao contrário do Civic, por exemplo, que tem na dirigibilidade seu trunfo, o Sentra prima pelo bem-estar à bordo. A começar pelas medidas que não devem nada à concorrência: 4,57 m de comprimento; 2,68 m de distância entre os eixos; e 1,79 m de largura. Ocupar o banco dianteiro ou o traseiro é agradável. Pernas e cabeça têm espaço de sobra. O porta-malas também tem boa capacidade (442 litros) e traz o sistema Divide-N-Hide - divisória removível oculta no interior que separa as bagagens.

CONFORTO - O conforto ganha mais evidência com os itens de série. Além do agradabilíssimo - porém pouco divertido - câmbio Xtronic CVT, o Sentra SL traz revestimento dos bancos e do painel das portas em couro, direção elétrica com assistência variável, ar-condicionado, controlador de velocidade, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura, retrovisores externos elétricos, teto solar, rodas de liga leve de 16 polegadas, faróis de neblina, sensor crepuscular, air bags (frontal, lateral e cortina), chave presencial inteligente I-Key, volante multifuncional e rádio CD Player com display 4,3 polegadas colorido e entrada USB. Bom? Sim! Mas faltam itens importantes, como sensores de chuva e, principalmente, de estacionamento.

DESIGN - Por fora, o Nissan mudou pouco, mas manteve o jeitão Sentra de ser. O conjunto óptico dianteiro foi redesenhado, assim como a grade do radiador e o parachoque dianteiro. Detalhes cromados - também inclusos no bom acabamento interno - refinam o visual. O teto arredondado, a traseira curtinha e as lanternas com ar tunning foram mantidas.

DESEMPENHO - A filosofia conforto também está presente no Sentra SL 2.0 Flex na hora de dirigi-lo. E muito se deve à transmissão Xtronic CVT. Com as trocas quase imperceptíveis - parece uma primeira marcha eterna - , a condução do Nissan torna-se morosa aos que apreciam a esportividade ao volante. No entanto, para os que não abrem mão do conforto e calmaria, nada de trancos ou solavancos, esse câmbio é mais do que ideal. Para se ter uma ideia, o CVT é inversamente proporcional - em termos de comodidade - aos automatizados que invadiram o Brasil.

O silencioso motor 2.0 16V Flex está em boa forma. Tem fôlego sob medida. São 143 cv de potência (álcool ou gasolina) a 5.200 rpm e torque de 20,3 mkgf (a / g) a 4.800 rpm. Com tais números, o Sentra vai de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atinge a velocidade máximas de 190 km/h.

A suspensão bem acertada - rígida e confortável na medida certa - é um dos pontos altos.

RESUMINDO - O Sentra melhorou. Continua "sem cara de tiozão", mas, convenhamos, ainda falta um tempero para atingir o patamar dos campeões de vendas Corolla e Civic. Cabe ao pessoal da Nissan descobrir o que.

Falta ‘fôlego' nas vendas

Convenhamos que a vida de sedã médio no Brasil é dura demais. Concorrer com Honda Civic, Toyota Corolla, Chevrolet Vectra, Fiat Linea, Citroën C4 Pallas, Ford Focus Sedan e agora mais recentemente com o Kia Cerato é osso duro de roer. O Nissan Sentra que o diga!

De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), até a primeira quinzena de dezembro do ano passado foram emplacados 5.566 Sentra, o que garante ao Nissan a modesta 7ª colocação em seu segmento. A liderança pertence ao Corolla (50.594 unidades), que roubou a ponta da tabela de classificação do até então imbatível Honda Civic (47.559 unidades).

É preciso destacar que a partir de agosto, o Sentra teve uma ligeira melhoria nas vendas. O motivo? A simples chegada - tardia, diga-se de passagem - da versão equipada com motor bicombustível. Antes, o mexicano vinha apenas com propulsor a gasolina. Em agosto somente 175 Sentra ganharam as ruas. No mês seguinte o índice saltou para 354 e em outubro para 468. Em novembro, quando o segmento em geral apresentou leve retração, a Nissan manteve 307 unidades comercializadas dos seus três volumes.




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