Turismo Titulo Velho Mundo, Nova Lisboa
Rumo ao moderno
Por Elaine Granconato
Enviada a Portugal
23/04/2009 | 07:00
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Portugal traz como característica o contraste do velho com o novo. Na região central de Lisboa, tudo é muito antigo, desde os edifícios até os tradicionais bondes pintados na cor amarela (chamados pelos portugueses de elétricos). Mas basta tomar o metrô com destino ao Parque das Nações, que o turista encontrará no bairro tudo o que há de mais moderno em Lisboa.

Entre as atrações, estão prédios com arquitetura arrojada, teleférico, ciclovia, teatros, centros culturais, restaurantes, bares, shopping, teleférico, cassino, rede hoteleira internacional e o Oceanário, o ponto turístico mais visitado da capital portuguesa e o maior aquário da Europa, além do segundo do mundo, com a reprodução dos cinco oceanos.

Não é por acaso que o Parque das Nações possui o metro quadrado mais caro da capital portuguesa: 250 euros (em torno de R$ 750). Um exemplo é um apartamento residencial nos condomínios de luxo São Rafael e São Gabriel, com direito à piscina e sauna, que não sai por menos de 1 milhão de euros.

Mesmo em tempos de crise econômica mundial, são muitas as placas penduradas por imobiliárias nos imóveis vendidos, curiosamente grafadas como: "Já era". Em Salvador, na Bahia, a casa ou apartamento comercializado é festejado com um "Já foi".

A exemplo de Brasília, o Parque das Nações também foi especialmente projetado para servir de sede à Expo 98, exposição mundial que teve como tema Os Oceanos um Patrimônio para o Futuro. Por isso, a água é elemento presente em cada canto do bairro, misturada à tecnologia, conforme o projeto assinado pelo arquiteto português Álvaro Siza.

No Brasil o jogo é proibido, mas na terrinha o Cassino Lisboa merece ser visitado como atração noturna no bairro. Não para se perder no jogo, mas pelas opções de lazer que o edifício proporciona. Sem barreiras arquitetônicas, os espaços reúnem jogos, restaurantes, bares, animação e espetáculos. Imperdível.

No trânsito: ‘Desculpe-me e obrigado'

"Bem diferente do Brasil, o pedestre é respeitado na Europa. Incrivelmente, basta colocar o pé na faixa que os motoristas conscientemente reduzem a velocidade e param. Claro que a regra não existe quando há semáforo.

Na capital portuguesa, uma cena chamou a atenção do grupo de jornalistas brasileiros que participava de um tour noturno pela cidade.

Em determinado cruzamento da estreita Rua do Salitre, região central de Lisboa, um veículo da marca Renault estacionou praticamente na curva, o que impediu a passagem do micro-ônibus.

Claro que em poucos segundos o trânsito simplesmente parou por conta de um ato imprudente. O mais incrível de tudo é que nenhum motorista buzinou, xingou ou mesmo saiu do carro gesticulando.

Mas o mais surpreendente viria a seguir. De dentro do painel, o motorista deixou um recado. ‘Se estiver atrapalhando. Por favor, ligue para o número .... Desculpe-me e obrigado.'

A guia portuguesa que nos acompanhava não teve dúvidas, ligou do seu celular. Segundos depois, ali estava o jovem retirando o seu carro para alívio e bronca de todos nós, brasileiros, que ali assistiam à cena."

O que parece não é

Brasileiros e portugueses falam a mesma língua, certo? Não é bem assim. Enquanto o Brasil adotou recentemente a reforma ortográfica imposta no tratado internacional de 1990, que tem por objetivo criar uma ortografia unificada para o português; Portugal ainda reluta em aceitar a mudança. O período de adaptação, porém, é até 2012.

Independentemente de acordo ortográfico imposto ou não, é bom o turista brasileiro ficar atento a algumas palavras que têm significados totalmente diferentes para os nossos irmãos lusitanos. Cuidado, se você é daqueles machões de carteirinha, não se ofenda ao ouvir: "O gajo está a furar a bicha!", no exato momento em que está prestes a furar uma fila. Em Portugal, fila chama-se bicha.

O famoso café expresso brasileiro tem sabor especial para os portugueses, bem como um nome, um tanto esquisito: bica. Isso porque bica, ao pé da letra, significa: Beba isto com açúcar! Como não era hábito dos portugueses, foi a campanha publicitária da época para divulgar a bebida, hoje o mais importante produto brasileiro comercializado para diversos países.

E pelo amor de Deus, mulheres, não comprem calcinhas femininas em Portugal, mas sim cuecas, por mais incrível que possa parecer...

Ah, se você disser que quer comprar carne e onde fica um açougue mais próximo, com certeza, ficará com cara de paisagem diante de um português. Primeiro, açougue significa talho. E o nosso açougueiro aqui é o talhante lá na terrinha...

As gafes mais comuns dos brasileiros, evidentemente, só podem ocorrer nos restaurantes e lanchonetes. O cachorro-quente daqui e só o cachorro dos portugueses, por exemplo.

Ao lado, algumas palavras básicas para você não ser surpreendido com certas sutilezas da língua portuguesa.




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