No cenário atual, em que há sinais de piora no mercado de trabalho, tende a crescer a concorrência das pessoas em busca de emprego e, por isso, tomar o máximo de cuidado possível na hora de elaborar o currículo pode fazer toda a diferença. É o que aponta pesquisa da consultoria de RH (Recursos Humanos) Robert Half.

De acordo com esse estudo, apenas dois erros de digitação são suficientes para desconsiderar um candidato em processo seletivo, segundo 46% dos gestores entrevistados pela consultoria nos Estados Unidos. Para 17% deles, no entanto, só uma falha já é o bastante para a exclusão do profissional.

Para os especialistas, a avaliação dos recrutadores não é muito diferente no Brasil, o que justifica a atenção redobrada para se evitar falhas, principalmente de concordância gramatical, datas repetidas de entrada e saída das empresas e erro na ordem cronológica dos empregos.

Segundo o gerente de divisão da Robert Half, Lucas Nogueira, as principais consequências são a perda de credibilidade e a percepção, passada pelo candidato, de que ele não consegue se concentrar, já que teve tempo para elaborar o documento. Também podem surgir problemas durante a entrevista de emprego, já que o “roteiro” de alguns entrevistadores se baseia nesse material.

Nogueira dá algumas dicas para quem estiver interessado em ter mais chances na disputa pela vaga que almeja, por exemplo, “redigir o texto com calma, em um lugar neutro, fora do ambiente de trabalho, sem pressa, e pedir para alguém revisar o currículo antes de disponibilizá-lo ao mercado”.

Além da preocupação com a escrita correta, o gerente da consultoria cita que esse documento deve ser objetivo e conter, no máximo, duas páginas, com coerência na ordem cronológica das empresas pelas quais o profissional atuou, e apontamento de atividades por tópicos, evitando parágrafos longos.

Ele assinala ainda que é importante inserir contatos pessoais (telefone, e-mail e endereço) e, de forma clara, as experiências profissionais, com o cargo preenchido, segmento e principais atividades de formação acadêmica – cursos de graduação e pós-graduação.

Também se deve destacar o conhecimento de idiomas, mas só colocar essa informação se a pessoa realmente fala a língua citada em seu currículo. E ele considera ainda que o candidato deve evitar incluir referências profissionais – essa informação é solicitada somente na entrevista – e outros cursos não relacionados ao seu trabalho, como Fotografia no currículo de um contador.