Todo esforço foi em vão. Apesar da boa campanha, o São Caetano mais uma vez não conseguiu o tão sonhado acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro.

O Azulão fez a sua parte, venceu o Guarani por 2 a 1, ontem, no Brinco de Ouro, em Campinas. Mas o resultado somado aos empates de Atlético-PR contra o Paraná, e do Vitória diante do Ceará, deixaram a equipe do Grande ABC mais um ano na Série B. De quebra, o Bugre foi rebaixado para a Série C.

Com as duas equipes precisando do resultado, o jogo foi aberto desde o início. O Guarani pressionava e o São Caetano ameaçava nos contra-ataques. Logo aos dois minutos, Marcelo Costa bateu escanteio e Leandrão desviou de cabeça, quase abrindo o placar.

O Azulão ficava atrás do meio-campo, esperando a chance de surpreender o Guarani, que exercia forte pressão. Porém, quando tinha a bola nos pés, o São Caetano assustou.

Éder, aos oito, bateu falta com perigo e Emerson espalmou. Mesmo sem dominar as ações da partida, os visitantes continuaram perigosos nos contra-ataques. Aos 14, Danielzinho avançou rapidamente pela esquerda e chutou. A bola passou muito perto.

Em lance duvidoso, Danielzinho foi lançado na direita, aos 23, sozinho, e bateu cruzado, assustando Emerson. O Bugre teve a chance com Clebinho, que aos 38 arriscou de fora de área, mas a bola saiu.

O nervosismo tomava conta do Guarani, que precisava da vitória para escapar do rebaixamento. E o Azulão se aproveitava disso. No fim da primeira etapa, aos 42, Danielzinho teve outra oportunidade, mas Emerson espalmou.

Depois do intervalo, o São Caetano voltou a campo um tanto desanimado. Os resultados dos adversários não favoreciam o time do Grande ABC e a tensão aumentava. Mas o gol de empate do Paraná diante do Atlético-PR reanimou a equipe. E apesar do nervosismo e da pressão, o Azulão foi eficaz quando teve sua chance. Danielzinho avançou, aos 20, ganhou na velocidade da marcação e bateu rasteiro para abrir o placar: 1 a 0.

Pouco depois, o Guarani empatou com Danilo Sacramento, aos 29. Mas a alegria dos bugrinos durou pouco. Dois minutos depois, Danielzinho recebeu, driblou Emerson e fez 2 a 1. O gol pouco importava para o Azulão. E revoltou imensamente a torcida campineira. Restava ao São Caetano torcer pela derrota do Furacão ou do Vitória. Mas o sonho do acesso ficou para 2013.

Clima de dever cumprido ameniza falta do acesso

Nada de desânimo, muito pelo contrário. O clima nos vestiários do São Caetano era de ‘dever cumprido', como disseram os próprios jogadores ao fim da partida. Para o goleiro Luiz, não era hora de lamentar a permanência na Série B e sim a campanha realizada neste ano.

"No geral, ficamos tristes por não ter conseguido o acesso. Fizemos 71 pontos, uma pontuação digna de quem consegue o acesso. Claro que alguns empates poderiam ter sido evitados, mas o grupo está de parabéns, lutou até o fim. Temos de enaltecer o trabalho que foi realizado", disse o arqueiro.

Há seis anos no clube, Luiz não se sentiu desanimado pela chance que passou de ver o time voltar à Primeira Divisão. "O que importa é que temos o grupo unido. Aqui não tem jogador com vaidade. Isso nos atrapalhou muito no ano passado, mas hoje temos atletas que buscam espaço", destacou.

Com futuro incerto na equipe, o técnico Ailton Silva também fez questão de enaltecer o desempenho dos atletas. "Dei os parabéns (no fim da partida) aos jogadores pelo empenho, dedicação. Foram seis jogos sob meu comando, com quatro vitórias", disse.

Porém, apesar da satisfação, o treinador apontou o principal motivo para que o Azulão deixasse escapar o acesso. "Os seis pontos perdidos para o ASA foram fundamentais. Perder (pontos) contra Atlético-PR, Goiás, é diferente, são times que lutam para subir. Mas com times intermediários, era nossa obrigação conquistar pelo menos um ponto", destacou.

Mudanças de comando não atrapalharam

Um dos principais motivos apontados para que o São Caetano não tivesse conquistado o acesso foram as mudanças de treinador no decorrer da Série B. O time fazia boa campanha sob o comando de Sérgio Guedes. Mas o treinador acabou demitido. Veio Leão, o time manteve a boa performance, mas o técnico não resistiu ao empate diante do Ipatinga e também deu adeus para a equipe e o clube.

No entanto, para um dos jogadores mais experientes da equipe, o atacante Leandrão, as mudanças não surtiram efeito totalmente negativo entre o elenco do Azulão. "A equipe estava fechada, então dentro do grupo as mudanças não alteraram em nada. Nós estávamos concentrados durante todo o trabalho na Série B. Cada treinador tem suas escolhas, mas entre os atletas, sempre acabamos um respeitando o outro, sem vaidade em excesso ou discussões. Isso que fez a diferença e culminou nesta campanha que, por pouco, não foi satisfatória", analisou o atacante.