Atração turística do Parque Estoril, em São Bernardo, foi construída na década de 1970
Os teleféricos utilizados no Brasil apresentam tecnologia obsoleta em relação aos dispositivos do Exterior. A afirmação é de Irineu Migliorini, proprietário da empresa que reformou o equipamento do Parque Estoril, em São Bernardo. Mecanismos mais sofisticados podem facilitar o resgate em caso de paralisação. De acordo com o fabricante, os sistemas no País têm média de 30 anos de uso.
O brinquedo do parque no bairro Riacho Grande foi construído na metade da década de 1970. Em 1996, foi fechado devido à falta de manutenção, sendo reaberto 15 anos depois, quando passou por processo de revitalização que custou R$ 1,3 milhão. No sábado, a circulação foi paralisada após a queda de um raio que, segundo a Prefeitura, atingiu o painel de controle. Seis pessoas tiveram de esperar quase três horas pelo resgate.
Conforme Migliorini, está sendo desenvolvida tecnologia para remoção emergencial dos passageiros, sem que haja necessidade de retorno à base. “Se dá problema, o sistema é acionado e a cadeira desce com segurança até o chão. Funciona por meio de tubo pneumático”, explica. Ele afirma que o modelo é semelhante ao aplicado nos caminhões do tipo Munck – equipamento hidráulico utilizado para o transporte de materiais pesados. Migliorini acrescenta que, apesar de o mecanismo ser novidade, é possível aplicá-lo em teleféricos antigos. Sem precisar valor, o empresário afirma que a tecnologia “não é cara”. Ele salienta que não seria possível criar método para retirada manual, como uma manivela. “O peso é muito forte. Pode chegar a 20 toneladas.”
Os dispositivos mais modernos, aponta o especialista, também têm melhor tração e podem ter cabines duplas e até com capacidade para grupos de quatro ou seis pessoas. “Fica mais seguro para quem tem filhos pequenos, pois evita que a criança precise ir sozinha ou tenha que fazer o percurso no colo do responsável.”
Sobre o acidente de sábado, Migliorini preferiu não comentar. “Nós fizemos a reforma e entregamos há três anos. Desde então, outra empresa cuida da operação e da manutenção.” Ele considera, entretanto, que o brinquedo deveria ter sido evacuado após os primeiros sinais de tempestade.
Na segunda-feira, o Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) enviou ofício à Prefeitura de São Bernardo questionando se o teleférico era supervisionado por responsável técnico, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O Diário procurou o Executivo, que se limitou a repetir a informação de que o equipamento ficará interditado por período entre 30 a 45 dias para investigação. A responsável pela operação no parque não se manifestou. A empresa gestora é a Água das Rochas Ltda, razão social da Estância Alto da Serra.
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