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Crise: agora, São Caetano é ameaçado
Por Raphael Ramos
Do Diário do Grande ABC
29/09/2005 | 08:10
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A crise que parece não ter fim no São Caetano teve quarta-feira mais um duro capítulo. O portão de entrada de jogadores e funcionários do clube no estádio Anacleto Campanella amanheceu pichado com ameaças e críticas ao elenco. "Onrra (sic) a camisa", "mercenários" e "si cai vai morre" (sic) foram os protestos dos torcedores.

O diretor de Futebol, Genivaldo Leal, acompanhou o treinamento realizado pela parte da manhã no estádio, mas, procurado pela reportagem do Diário para comentar as pichações, disse não ter conhecimento do assunto. "Não vi nada. Não sei de nada", limitou-se a dizer. O dirigente também não quis falar sobre um possível esquema especial de segurança aos atletas, já que o elenco chegou a ser ameaçado de morte em caso de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

O técnico Jair Picerni foi outro que preferiu minimizar as críticas dos torcedores. "Eles têm o direito de reclamar, mas minha preocupação é apenas com as questões dentro do campo. Não posso me preocupar com isso", justificou.

O São Caetano enfrenta a pior crise de sua história recente. Desde que subiu à Série A do Nacional, o time não tem uma seqüência negativa como a atual. Já são nove jogos sem vencer, sendo dois empates e sete derrotas consecutivas. Na 16ª colocação da tabela de classificação, a equipe pode freqüentar a zona de rebaixamento em caso de derrota sábado para o Atlético-MG, no Anacleto Campanella, e se o Vasco empatar com o Palmeiras e o Flamengo vencer o Atlético-PR. Tal combinação de resultados colocaria o Azulão na zona de descenso pela primeira vez desde a subida à elite do futebol brasileiro.

A má fase, no entanto, teve começo logo no primeiro torneio da temporada, quando o time não conseguiu manter o título de campeão paulista e terminou a competição na quinta colocação, atrás, inclusive, do rival e vizinho Santo André. Na Copa do Brasil, a equipe foi eliminada em pleno Anacleto Campanella pelo modesto Treze-PB e a torcida se aglomerou no portão próximo aos vestiários pedindo a demissão do técnico Zetti e criticando o comportamento dos atletas. Foi então que a diretoria atendeu o apelo da torcida e, ali mesmo, dispensou o treinador.

Em seguida veio Estevam Soares, que também não conseguiu fazer a equipe decolar no Brasileiro e logo começou a ser pressionado pelos torcedores, principalmente por fazer algumas substituições questionáveis, como no confronto contra o Paraná, no dia 21 de julho, quando Paulo Miranda entrou no segundo tempo e ficou em campo apenas 20 minutos. No dia seguinte, Soares deixou o clube.

Levir Culpi foi outro que sofreu com as críticas das arquibancadas. Após a derrota contra Goiás, dia 27 de agosto, chegou a falar que a torcida ia ao estádio apenas para criticar e não apoiar. Mas ele não conseguiu novo tropeço na rodada seguinte e também saiu do Azulão.

Agora, a equipe está sob o comando de Jair Picerni, um velho conhecido da torcida. O treinador ainda não conseguiu vencer desde seu retorno ao clube no dia 12 e quarta-feira foi recepcionado no clube com os portões pichados.




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