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Jovem expõe dificuldade de aprendizagem
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
19/04/2009 | 07:00
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Saprocimar (se aproximar), comiese (conhece), endereso (endereço), comfiansa (confiança) e comensido (conhecido) foram alguns dos erros cometidos por uma aluna de 16 anos matriculada na 7ª série de um colégio estadual da região ao escrever um ditado feito pela reportagem do Diário na noite da última sexta-feira (17). Com a leitura, ela tem menos dificuldade. A estudante conhece as próprias limitações, intimida-se e diz contar com a ajuda de uma amiga nas aulas, além da professora de Língua Portuguesa.

A garota cursou os primeiros anos do Ensino Fundamental em Alagoas, e há quatro mudou-se para São Paulo, onde passou a ser beneficiada pela progressão continuada. "Sei que as escolas do Nordeste são atrasadas. Lá ela repetiu um ano e ficou outro parada porque a escola estava em greve. Mas não é certo o que fazem aqui em São Paulo, onde o aluno passa de ano sem saber (o conteúdo das matérias)", salienta a mãe da menina, a auxiliar de serviços gerais A.O.D., 36 anos. "Os adolescentes de hoje escrevem muito errado, se não tivesse a tal da progressão seria diferente", complementa.

A auxiliar diz que a filha não se dedica à escola como deveria, tem problemas de indisciplina, mas que evoluiu no período em que está no Grande ABC. "Sempre a incentivei a ler, a frequentar bibliotecas e a comprar gibis." A. nunca teve apoio dos pais para estudar. Ela conta que quando concluiu a 8ª série sua mãe a tirou da escola alegando que as mulheres tinham de ficar em casa, tricotando e bordando.

Recentemente, A. voltou para as salas de aulas e concluiu o Ensino Médio pelo EJA (Educação de Jovens e Adultos). Agora sonha ver a filha dominar plenamente a Língua Portuguesa e se formar na faculdade. "Já disse que se ela melhorar o português e conseguir notas azuis, farei um esforço para comprar um computador."

A menina promete se esforçar. "Quero aprender, trabalhar, comprar uma casa e ser advogada."

 




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