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Consumo da classe C aumenta 20%
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
07/10/2006 | 17:38
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A estabilidade econômica e o aumento da oferta de crédito elevaram em 20% o consumo da classe C na região nos últimos cinco anos. Os gastos nessa faixa de renda passaram de R$ 4,1 bilhões em 2001 para os atuais R$ 5,1 bilhões. Porém, a participação desse consumidor nos gastos totais do Grande ABC caiu de 24% para 20% no mesmo período.

São considerados classe C consumidores que têm renda familiar de até R$ 1.140. Nesse perfil se enquadram 296 mil domicílios nas sete cidades. Eram 250 mil, em 2001.

A queda do percentual de participação é justificada com o crescimento de outras classes sociais na região neste cinco anos, como os domicílios de menor renda (classe E), que eram 45 mil em 2001 e caíram para apenas 6,7 mil, e engrossaram as classes superiores, como a D, que ganhou 28 mil lares, atingindo 141 mil.

Mas esse consumidor dentro dessa faixa de renda ganhou um vilão: as taxas e tarifas da manutenção do lar. Só no Grande ABC, os consumidores da faixa de renda mediana usam 29,1% – cerca de R$ 1,4 bilhão – do que ganham para pagar contas de luz, água, telefone, entre outros gastos necessários para manter o lar.

O resultado regional é maior que a média nacional de todas as classes, de 25,7%, e bem maior do que o gasto destinado pela classe C do Grande ABC com alimentação que é de 19,1% – o equivalente a R$ 977 milhões. “A manutenção do lar cresceu muito nos últimos anos e os salários não acompanharam. O peso das despesas no bolso do consumidor cresceu muito e precisou tirar de outros consumos”, explica Marcos Pazzini, diretor da Target Marketing, empresa que realizou a pesquisa Brasil em Foco, que traz dados de todo o país, incluindo o Grande ABC.

Em 2001, o maior gasto desse consumidor ainda era com alimentação, R$ 1,2 bilhão e a manutenção do lar ficava em segundo lugar, com R$ 827 milhões. “A classe C é a que mais sofre com impostos e tarifas de manutenção do lar. De 1994 para cá, a inflação dessas tarifas subiu até 500% e a inflação mesmo, se muito, deu uns 30% ou 40%”, afirma Fátima Merlin, gerente de Atendimento ao varejo LatinPanel, empresa especializada em pesquisa de consumo.

A classe C da região também gasta mais com saúde e higiene do que a média nacional, 8,2% do total gasto contra 7,3%. O mesmo acontece no segmento de vestuário. A média dos consumidores brasileiros é de 4,9% da renda. Já os moradores da região usam 5,04% da renda familiar.

Um dos dados mais interessantes sobre o consumo na região é a mudança do gasto no segmento de transportes. Em 2001, o gasto da classe C com transporte público era de R$ 285 milhões enquanto com o veículo próprio era de R$ 96 milhões. Já em 2006, a previsão é que a despesa com coletivo seja de R$ 154 milhões, mas com o carro da família seja de R$ 239 milhões. Uma das justificativas é a conquista do carro próprio dessa faixa de renda. A outra, preço dos combustíveis.




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