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Cultura da América Latina na TV
Por Ana Carolina Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
25/03/2005 | 12:47
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Um canal de televisão não comercial e que veicule apenas conteúdo de interesse público e cultural. Essa é a linha mestra da recém criada TAL – Televisão América Latina, uma rede audiovisual que reúne TVs e instituições dos países latino-americanos. Ainda sem data para entrar no ar, o novo canal está atualmente em fase de captação de recursos. O projeto foi apresentado nesta semana no Memorial da América Latina, em São Paulo, por seu presidente, o jornalista Gabriel Priolli. A TAL será veiculada em TV por assinatura via satélite, com a possibilidade de ser transmitida em televisão aberta em algum país envolvido. "A previsão é que o novo canal comece seus trabalhos três meses depois de fecharmos o primeiro acordo de patrocínio, mas essa fase é difícil, tem uma burocracia governamental".

Há dois anos trabalhando no projeto da TAL, Priolli conta que o principal objetivo é produzir um canal que forneça uma programação de conteúdo mais elevado. "Queremos criar uma grade recheada de documentários, programas de arte, música e teatro. Não será um canal de mero entretenimento. Algo nos moldes do que a TV Cultura faz e o que a People & Arts fazia a algum tempo atrás". Programada para ficar no ar 24 horas por dia, a Televisão América Latina contará também com drops de jornalismo veiculados entre as atrações do canal.

Mais do que apenas um meio de divulgar informação de qualidade, a TAL funcionará como uma rede de intercâmbio entre os países da América Latina. "Será uma televisão bilíngüe que promoverá a integração de todos os envolvidos no projeto. Pretendemos promover uma integração cultural, porque países vizinhos trocam poucas informações. Não sabemos quem são os cineastas chilenos, nem os grandes nomes da televisão argentina, por exemplo".

Ao todo 73 instituições e 20 países já acertaram sua participação na TAL, por isso a programação terá dois textos, um em português e o outro em espanhol. Mas a criação de um canal não comercial, como qualquer outro, não é fácil. "Se não tiver o apoio político fica difícil fechar acordos com a iniciativa privada", diz Priolli.

Jornalista experimentado em importantes canais comerciais como a Globo, onde foi chefe de reportagem do Jornal Nacional e do extinto São Paulo Já, Record e Gazeta, Priolli acredita no sucesso da TAL junto ao público brasileiro. "Um canal com caráter mais internacional, como é nossa proposta, já é uma tendência no meio televisivo e denuncia a carência desse tipo de programação. As pessoas querem um meio em que o interesse público seja tratado com mais seriedade. O mais importante é que as pessoas percebam que trata-se de uma televisão cultural, portanto mais ampla que a educativa. Para se ter uma idéia, já existem no país cerca de 60 canais universitários".




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