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Santo André vive 'dia das bruxas' para encarar o campeão mundial
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
18/01/2006 | 08:13
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As imagens do coletivo de terça-feira à tarde, bem na véspera de o Santo André encarar o São Paulo, às 21h45 de quarta-feira, no estádio Bruno Daniel, tumultuaram o clima tenso no clube. As redes Globo e Record transmitem ao vivo. Apesar de tudo, o técnico Roberto Cavalo jurava não acreditar no misticismo que poderia tumultuar o início da insegura campanha do time do Grande ABC no Estadual - foram duas derrotas (Paulista e Ponte Preta).

Os dois tropeços - o primeiro fora e o segundo em casa - deixam a equipe local na dependência de reagir logo diante do campeão mundial. "Não, nunca levei isso a sério. O trabalho, sim, é uma coisa real", aliviou o comandante, ao se referir às bruxas que terça-feira o impediram de escalar o Santo André.

Como se já não bastassem as dificuldades para Cavalo definir o esquema ofensivo, os três atacantes antes disponíveis desafiam diferentes contusões. Em menos de 15 minutos de treinamento, Maia voltou a sentir uma contratura na coxa e não poderá mais estrear. "Me submeti a todos os exames e me liberaram. De repente, girei o corpo e doeu", desabafava Maia, chateado, enquanto caminhava lentamente na pista, de chuteiras nas mãos.

Então, Cavalo começou um interminável mexe-mexe - ampliado, mais tarde, pela dividida, duríssima, de Túlio em Leandrinho. Que, irritado, reclamou da solada. Contorcia-se em dores e não conseguiu permanecer no gramado. O massagista Maurício Ferreira o atendeu na hora. Para complicar, o centroavante Roncatto deslocou um dos ombros depois de uma queda violenta. "E olha que era o meu primeiro coletivo pra valer. Infelizmente, me acontecem tantos imprevistos no momento em que mais precisamos sair dessa", disse Cavalo.

Sem Maia em campo, o técnico colocou Makanaki na frente, o garoto Everton na vaga do zagueiro Gabriel (não demoraria para retornar e recompor a defesa) e Pará - outro menino dos juniores - na lateral-esquerda. Claudinho passou a atuar de armador. Carlos Eduardo, artilheiro do Ramalhinho na Copa São Paulo, substituiu Leandrinho. A cada mudança, Cavalo era obrigado a mudar o esquema que pretende utilizar quarta-feira contra o São Paulo. "Agora, não sei mais nada. Vou aguardar o departamento médico", explicava, desolado.

Independentemente da fórmula, Cavalo se rendia à evidência de que o São Paulo vai exigir redobrados cuidados no duelo desta noite. "Não esqueçam que vamos encarar nada mais nada menos do que o campeão do mundo. Portanto, é necessário que a gente use a tática da garra, da força de vontade e daquilo, enfim, que não mostramos diante da Ponte Preta", alerta. Segundo ele, Tricolor perdeu o goleiro Rogério Ceni (contundido), o ala Cicinho (no Real Madrid), o atacante Amoroso (no Milan) - três antigas referências - mas é um adversário entrosado, que sabe explorar a força do conjunto. "Eles nunca dependeram basicamente de duas ou três referências", analisa Cavalo, que talvez recorra ao polivante Pará na esquerda para bloquear os avanços de Souza. É provável que Túlio fique de breque mais puxado na direita para vigiar as previsíveis deslocações do ataque tricolor.

Há algumas possibilidades e poucas certezas. O goleiro Júlio César cumpriu suspensão e substitui Júnior Costa. Na zaga, Diego Padilha, Da Guia e Gabriel. O recém-contratado Edson Ramalho (ex-São Caetano, São Paulo e Juventude) estréia como um dos volantes.

No entanto, Cavalo espera que os deuses - e naturalmente o médico Wayner de Leonardi - o ajudem a completar o meio-campo e o ataque.



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