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15ª conferência dos Países Não-Alinhados é inaugurada em Havana
Por Da AFP
11/09/2006 | 17:35
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A 15ª conferência do Movimento dos Países Não-Alinhados (NOAL) foi aberta nesta segunda-feira em Havana na ausência do presidente Fidel Castro e de seu irmão Raúl.

O ministro cubano das Relações Exteriores, Felipe Perez Roque, inaugurou o evento diante dos altos representantes dos 118 países membros da Ásia, da África e da América Latina e dos cerca de 30 países e organizações que vieram como observadores ao palácio das Convenções de Havana.

Sem fazer qualquer menção aos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Perez Roque lançou um apelo para "ficar juntos". "Achamos que é indispensável ficar juntos para defender nossos direitos. Temos de mostrar nossa força ao mundo", declarou.

Os Não-Alinhados têm agora 118 membros, com a adesão nesta segunda-feira de Haiti e de São Cristóvão e Neves, uma ilha do Caribe, a quem o ministro cubano desejou as boas-vindas.

Perez Roque denunciou "a brutal agressão cometida contra o povo irmão do Líbano" e "as pressões contra o Irã e seu direito de desenvolver um programa de energia nuclear", antes de expressar sua "indignação diante do genocídio contra o povo palestino".

O chefe da diplomacia cubana também desejou as boas-vindas ao Egito , que deve suceder a Cuba na direção do NOAL daqui a três anos, e agradeceu a Malásia, que cedeu a presidência a Cuba.

"O NOAL é mais necessário do que nunca e deve defender seu direito de se desenvolver como organização independente", acrescentou.

O presidente Fidel Castro, convalescente, não esteve presente na abertura da conferência, assim como seu irmão Raúl, que assumiu temporariamente o poder na ilha.

Os irmãos Castro devem, no entanto, aparecer durante a conferência, que se encerra no sábado.

Os chefes de Estado e de governo são esperados a partir de quinta-feira, e as reuniões de mais alto nível estão previstas para sexta-feira e sábado.

Nesta segunda e terça-feira, os trabalhos da conferência serão realizados pelos altos funcionários. Nos dois dias seguintes, acontecerão as reuniões entre os ministros das Relações Exteriores dos países membros do NOAL.

Mesmo depois de sua grave cirurgia, anunciada em 31 de julho, Fidel Castro permanece "o chefe da delegação cubana" e Raúl "o subchefe da delegação". No entanto, "ainda não se pode garantir que Fidel Castro assistirá fisicamente à conferência", disse Perez Roque no domingo. O ministro cubano confirmou no entanto que Fidel Castro receberá "alguns dirigentes estrangeiros" e "quase certamente Kofi Annan", o secretário-geral da ONU.

Annan, participante tradicional da conferência, deve pronunciar um discurso na sexta-feira diante dos chefes de Estado e de governo.

Com o apoio cubano garantido, o Irã vai tentar levar o NOAL a avalizar sua tese sobre a natureza pacífica de seu programa nuclear, informaram fontes diplomáticas.

Os presidentes iraniano Mahmud Ahmadinejad, sírio Bachar al-Assad e paquistanês Pervez Musharraf, são aguardados em Havana para a conferência, assim como o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh.

Da América Latina, Cuba poderá contar com o apoio incondicional dos presidentes venezuelano Hugo Chávez e boliviano Evo Morales.

Majoritários entre os 118 países membros, os africanos serão representados principalmente por Abdelaziz Buteflika, da Argélia, e Thabo Mbeki, da África do Sul, ambos próximos de Fidel Castro.

Entre os observadores, os Estados Unidos resolveram ignorar uma conferência que consideram essencialmente dirigida contra eles.






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