O líder regional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) de Pernambuco, Jaime Amorim, e um assentado ligado à CPT (Comissão Pastoral da Terra) foram atingidos de raspão por tiros disparados por policiais militares no encerramento da marcha de abertura do II Fórum Social Brasileiro, no início da noite de quinta-feira, na praça do Carmo, centro do Recife. Na confusão, um cinegrafista da TV Mangue foi espancado por PMs e pelo menos um policial militar também apanhou dos sem-terra. Segundo os organizadores, havia 10 mil pessoas na passeata.

De acordo com Amorim, que estava em um carro de som, fazendo discurso, três policiais militares entraram de moto no ato, provocando tumulto. Ele afirmou ter descido e quando tudo parecia resolvido, um dos policiais resolveu atirar. "Foram quatro ou cinco tiros", afirmou. Um acertou o seu polegar direito e outro o cotovelo esquerdo de Fábio dos Santos Pereira, 24 anos, ligado à CPT. Os três prestaram queixa na delegacia de Santo Amaro.

As primeiras informações da assessoria da Polícia Militar davam conta que policiais militares que faziam a segurança da marcha identificaram um suposto marginal e tentaram prendê-lo. Amorim, que estava em cima de um trio elétrico, desceu pensando ser um confronto da PM com sem-terra. Um soldado, que estava numa moto, foi derrubado e um capitão, ao tentar esclarecer o que ocorria, foi espancado. O tumulto foi generalizado.

"Tudo indica que houve um mal-entendido por parte dos sem-terra", afirmou o assessor de imprensa da PM, coronel Vespasiano. "Na verdade, a PM estava fazendo a segurança do MST e de todos os integrantes da marcha."