Ele voltou a lembrar que as denúncias feitas pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-VBA) já haviam sido descobertas pelo governo e que elas partiram inclusive de dossiês internos. “Nunca houve tanta gente de ‘colarinho branco’ na cedia como neste governo”, defendeu-se.

Questionado sobre uma possível reaproximação de Antonio Carlos, o presidente afirmou que isso não deve partir dele. “Pessoalmente eu não rompi com ele e nem com ninguém, por isso eu não tenho que tomar iniciativa.”

Sobre a candidatura de Luis Inácio Lula da Silva à Presidência da República, ele afirmou que não há nenhuma surpresa. Já sobre a possibilidade do ministro Pedro Malan ser o seu sucessor, ele prometeu não se comprometer. “Todos que tiverem qualificação e vontade, por que não se candidatar?”

O presidente ainda falou sobre a vontade que tem de privatizar Furnas antes de deixar a Presidência. Para ele, Furnas é uma empresa importante para o país e, como diz o governador de Minas, Itamar Franco, um símbolo de uma época. Fernando Henrique ressaltou, porém , que esta época está ultrapassada.

FHC ainda foi questionado sobre um provável fim da cobrança da CPMF. O presidente, então, foi duro e disse que se esta taxação, responsável pela arrecadação de R$ 16 milhões, for extinta, há duas outras alternativas: A criação de outro imposto ou corte de gastos com programas sociais.

A correção da tabela do Imposto de Renda também foi outro assunto abordado por FHC, que não descartou a realização da modificação. No entanto, ele lembrou que cerca de 90% da população já não paga o imposto e que, se a isenção crescer, o governo terá de aumentar o imposto daquele que já paga.

Globalização — O presidente voltou a defender a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) se os benefícios forem estendidos a todos os países envolvidos, e não apenas os mais desenvolvidos. Fernando Henrique disse ainda que acredita no futuro do Mercosul.