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Carteiros usam 'tênis high tech'
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
22/02/2003 | 16:56
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Os carteiros estão andando por aí de sapato novo. O calçado foi especialmente projetado para eles por engenheiros especializados em biomecânica da Universidade Federal de São Carlos. O projeto total que englobou mudanças nas bolsas e nas roupas dos carteiros demorou dois anos para ser concluído e custou aos Correios R$ 4 milhões.

O novo sapato tem a cara de um tênis high tech. É antifungo, antiderrapante, antiperfurante (conta com uma fina lâmina de aço protetora no solado); absorve impactos; e possui ventilação e escoamento lateral de água.

O supertênis foi projetado para durar seis meses e custa mais caro que o calçado anterior. Antes, os Correios pagavam R$ 30 pelo par de calçados. O supertênis sai por R$ 40.

“Vale a pena”, garante o diretor regional dos Correios São Paulo Metropolitana, Vitor Joppert. “Antes, os calçados precisavam ser trocados a cada quatro meses. Com o novo sapato, essa durabilidade aumentou em dois meses.” O tênis high tech é produzido em duas fábricas, em São Paulo e Santa Catarina.

Joppert calcula que com o novo calçado haverá uma redução de 40% nos problemas ortopédicos que atingem os carteiros. A principal causa de acidentes de trabalho que obrigam os carteiros a se afastar do trabalho têm causas ortopédicas. “As torções são muito comuns.”

A estimativa é que um carteiro anda em média seis quilômetros por dia. No final do ano, ele terá percorrido cerca de 2 mil quilômetros. É como ir a pé até o Piauí.

A segunda maior causa de acidentes de trabalho com carteiros é fácil de adivinhar: são os cães. Quase todo carteiro tem sempre uma história de perseguição, mordidas e fugas relacionada com cachorros.

Segundo o diretor regional, a bolsa que guarda as cartas também será substituída. “O modelo anterior era de lona, muito pesada, principalmente, depois de uma tempestade. A nova bolsa é mais leve (o tecido é semelhante ao tactel).” Cheia, a sacola do carteiro pesa em média 12 kg (para homem) e 10 kg (para mulher). “Planejamos reduzir esse peso para 7 kg por carteiro.” Ainda não há data definida para a concretização desse plano.

Em alguns locais, já há carteiros trabalhando de bermudas. O modelito nem sempre é adequado. “Se um carteiro de bermudas quiser entrar no Fórum, ele é barrado na porta.”

Os 802 carteiros do Grande ABC começaram a receber o supertênis. As primeiras unidades chegaram em Santo André, onde trabalham 202 entregadores de cartas.

Eduardo Henrique Borges, 32 anos, nove deles como funcionário dos Correios, recebeu o pisante há poucos dias. Ele vive e trabalha em Santo André.

O Diário acompanhou Henrique, como ele é mais conhecido, em um test-drive pela região.




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