O Palmeiras terminou o Campeonato Brasileiro de forma frustrante. Líder indiscutível por 19 rodadas, o time do técnico Muricy Ramalho perdeu rendimento na fase decisiva e terminou a competição na decepcionante quinta colocação, distante do título já considerado certo pelos torcedores, e o que é pior: fora da zona de classificação à Libertadores. Assim, o Paulistão é a chance de o Alviverde recuperar a confiança e o apoio da torcida, que agrediu o atacante Vágner Love em uma agência bancária após o Nacional e pediu a cabeça da comissão técnica e de alguns jogadores.

A diretoria não atendeu aos apelos das arquibancadas e o treinador ganhou a oportunidade de montar o elenco e comandar o trabalho desde o início da temporada. Acostumado a ser campeão nos clubes pelos quais passou (São Paulo e Internacional-RS, por exemplo), Muricy Ramalho tem consciência de que o desempenho do Verdão no Estadual pode definir sua permanência ou demissão para a disputa do Brasileirão, a partir de maio.

Apesar das críticas dos torcedores e da pressão nos bastidores do Palestra Itália, o técnico mostra confiança em um bom rendimento do time no Estadual. "Não saio do Palmeiras antes de conquistar um título", avisou Muricy, que tem contrato até o fim deste ano.

A principal arma da equipe para a competição é a manutenção do elenco do ano passado. Todos os titulares continuam no grupo - a exceção pode ser o próprio Vágner Love, que negocia a saída do clube. Nem mesmo os meias Cleiton Xavier e Diego Souza, que despertaram o interesse do futebol europeu, foram negociados.

Além de manter a base, a diretoria foi buscar reforços. Com isso, chegaram à Academia de Futebol o zagueiro Léo (ex-Grêmio), o lateral-esquerdo Eduardo (ex-Guarani) e os volantes Márcio Araújo (ex-Atlético-MG) e Edinho (ex-Lecce). Mas não estão descartadas novidades durante o Paulistão.