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Mauá terá R$ 1,8 milhão para moradias populares
Por Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
13/04/2005 | 12:12
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A Prefeitura de Mauá concluiu cadastramento que possibilitará a liberação de R$ 1,8 milhão do Ministério das Cidades para construção de moradias populares e urbanização de favelas. Nesta primeira etapa serão beneficiadas 280 famílias de diversas áreas.

Caberá à Prefeitura a doação do terreno e as obras de infra-estrutura como rede de água e esgoto, drenagem e pavimentação de ruas. O programa vai beneficiar famílias que estão em áreas de risco em vários pontos da cidade, entre eles Jardim Oratório, Pajuçara, Morro do Macuco, entre outros. Cada moradia popular custará R$ 14 mil, sendo que o governo federal vai arcar com R$ 9 mil e a Prefeitura R$ 5 mil.

O secretário de Habitação, Altivo Ovando, afirma que com o recurso será possível construir 80 casas populares de 42 m² em lotes de 60 m² no Núcleo Cincinato Braga. Ovando diz que as obras iniciarão em 60 dias, com previsão conclusão para seis meses.

Parte dos recursos a serem liberados pelo Ministério das Cidades servirão para a regularização de loteamento clandestino no Jardim Canadá, onde moram 480 famílias. A primeira etapa do programa nessa localidade vai contemplar 200 famílias. O cadastramento da segunda etapa do programa terá início em 20 dias e deverá beneficiar outras 280 famílias. Há previsão de mais R$ 1,260 milhão da União para Mauá, de acordo com o secretário de Habitação.

O prefeito interino, Diniz Lopes (PL), conta que o município quase perdeu o prazo para cadastramento dos municípios. Esse foi um dos motivos da queda do ex-secretário da Habitação Agostinho Anselmo Martins, exonerado na semana passada. O cadastramento tinha de ser realizado até o fim da semana passada. A Prefeitura precisou colocar 40 funcionários de plantão para cadastrar todas as famílias a tempo.

Contêiner – Um dos que serão beneficiados pelo programa de urbanização em parceria com o governo federal, o Jardim Pajuçara, sequer possui possui saneamento básico. A energia elétrica nas casas é clandestina. Algumas famílias moram há 10 anos em contêineres. Há pouca ventilação e muitos precisam dividir o espaço com crianças.

Maria Lúcia Pinto, de 39 anos, diz que se for para um lugar melhor não vê problema em ser remanejada com a família. Maria José da Silva Porto, 28 anos, mora no contêiner há 8 anos. "Meu marido ganha R$ 300 por mês e ainda tem de pagar pensão de R$ 130 para dois filhos. Não temos condições de pagar aluguel e por isso nos submetemos a uma situação como essa. Sonhamos morar dignamente com os nossos dois filhos", afirma a moradora que reclama ainda dos ratos.

A principal queixa de Raimunda dos Passos Alves, 53 anos, é o esgoto que corre a céu aberto e o risco de contrair doenças. Ela ainda reclama do forte calor dentro do contêiner onde mora há 10 anos. "Dois ventiladores ficam ligados direto". Já Cintia Silva Lisboa, 27 anos, moradora há seis anos na área, diz que a energia elétrica nos horários de pico e precária e sempre há apagão. "O risco de dar um curto circuito é grande", diz. "Entra prefeito e sai prefeito e ninguém faz nada", critica.

Adriana Pereira Carvalho é uma das primeiras moradoras do local – está há 17 anos no bairro. Ao contrário dos demais, é contra o remanejamento. "Tenho um projeto de vida com o meu marido. Gostaríamos que houvesse urbanização do local, com instalação de energia elétrica, relógio individual e rede de esgoto", reivindica.




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